“Era uma vez uma princesa…” quantas histórias de princesas escutamos em nossa infância que começam exatamente assim? Em Princesa Adormecida, da autora nacional Paula Pimenta a história é um pouco diferente. O livro é narrado em primeira pessoa por Anna e ela contará sua vida ou a vida que ela achava que tinha. Anna é a nossa princesa em questão (mesmo que ela não saiba ainda). Ela vem de uma linhagem real e seu verdadeiro nome é Áurea Roseanna Bellora e não Anna Rosa Lopes como era conhecida nos últimos 11 anos de sua vida.
O pai de Áurea é Stefan Bellora, primo do príncipe de Liechtenstein, um país pequeno do norte da Europa. Mesmo que distante, Stefan tinha sangue real em suas veias. Ele foi apresentado a Doroteia Lopes, uma brasileira estudante de culinária. Os dois se apaixonaram e queriam se casar. A cupido do casal e melhor amiga de Stefan, Marie Malleville não contava que o romance duraria uma simples uma noite e acabou se arrependendo de apresentá-los. Da mesma forma que resolveu unir o casal, ela quis também acabar com o romance pois sempre fora apaixonada por Stefan, sem sucesso, virou uma mulher vingativa.
Antes do casamento, Doroteia ficou gravida da nossa princesa Áurea, e no dia do seu batizado, Marie fez uma tentativa mal sucedida de sequestrar a pequena, mas foi dedurada graças a um menino de 5 anos filho de um casal amigo da família, que mais tarde acabou virando melhor amigo de Áurea.

Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim…

As ameaças de Marie não acabaram por ai, ela jurou acabar com a vida da criança (já que jamais teria o amor de Stefan, vamos desgraçar a família né?!), estas ameaças não acabariam até a criança fazer 18 anos de idade. Diante do medo de perder sua filha os pais de Áurea resolvem tomar uma decisão drástica. Forjaram a morte da menina com direito a até a velório, tudo para despistar a vilã da história.
Com 5 anos de idade Áurea foi morar com seus três tios no Brasil. Os tios Florindo, Fausto e Petrônio ficaram encarregados de criar Áurea até ela completar a maioridade. Ahh… esqueci de mencionar que os pais de Áurea acabaram sofrendo um acidente de carro juntamente com seus avós tornando a realidade de Áurea ainda mais dramática e parecida com os contos de fadas que ela conhecia. Diversas vezes ela fica dividida em o que seria real em sua vida, seria realmente verdade toda aquela história de sequestro, reino distante e bruxa vingativa? ou seria mais um conto de fadas contada pelos seus tios desde criança? já nem ela sabia mais.
Os tios de Áurea eram três solteirões que superprotegiam a menina, ela não tinha nenhuma liberdade comparada com as outras meninas da sua idade tinham, por um lado até que isso não atrapalhava Áurea, mas por outro, sonhava em ter uma vida normal como suas amigas.
Em seu aniversário de 16 anos, a melhor amiga de Áurea, Clara resolve juntamente com outras amigas levar Áurea a uma festinha para ela se divertir pelo menos uma noite, já que nunca ela tinha autorização para isso. Áurea aceita e juntas elas vão para uma festa, tudo era muito diferente para ela, pessoas dançando, se divertindo e sorrindo, o que tinha de mal nisso? Por que seus tios não permitiam que ela se divertisse?
Ela acaba conhecendo Cíntia, uma DJ conhecida como DJ Cinderela, da qual compartilhava uma história digna de um conto de fadas, que explicava a aquisição do seu nome artístico (acho que isso ficará para um próximo livro). Após esta noite Áurea começa a receber mensagens de texto de um menino desconhecido, mas quais seriam as intenções dele? Seria enfim, o seu príncipe encantado?

A partir daqui não vou contar, mas eu gostei bastante da leitura, não é uma leitura que exige muito da gente mas é igualmente encantadora. Lógico que Princesa Adormecida é um remake de a Bela Adormecida, adaptado nos tempos de hoje, com inclusões realistas e tecnologia! Conseguem assimilar? Áurea e Aurora, fadas madrinhas como Flora, Fauna e Primavera transformados nos tios protetores Florindo, Fausto e Petrônio. Ahá! sacaram a jogada? Eu amei! Achei demais o “tato” da autora com a inclusão dos fatos clássicos da obra de 1959 e ao mesmo tempo não deixando que o livro saísse da realidade atual.
Eu nunca tinha lido nada da Paula Pimenta, pois achava que tinha descoberto o estilo da autora tarde demais, tenho certeza que em meus 15 para 20 anos eu curtiria muito mais cada série dela como Fazendo Meu Filme e Minha Vida Fora de Série. Mas para um primeiro contato com seus livros posso dizer que com Princesa Adormecida, Paula Pimenta me ganhou e acaba de ganhar uma nova fã. Paula Pimenta é hoje em dia umas das melhores e de mais sucesso autora nacional do gênero romance juvenil pois ela tem o dom de transformar histórias simples em algo grandioso e prestigiado.
Não tenho dúvidas que ela sabe contar uma boa história e agradar seus leitores. Tenho certeza que vou correndo ler seus outros livros, livre de rótulos, idade e afins. Cometi o erro de prejulgar seu estilo idealizando um público foco, mas adorei saber que estava enganada. De hoje em diante, quero ler todas suas releituras, pois fiquei com a impressão que teremos uma série a partir desse livro.
Sem dar spoiler nenhum posso adiantar que como todo bom conto de fadas terminamos com um final feliz e igualmente charmoso. Como não se encantar com a troca de mensagens de Áurea com seu misterioso príncipe? Aliás, foi o que mais gostei no livro que acompanha com uma capa linda de morrer e com a diagramação igualmente bela da editora Galera Record. As páginas são grossinhas o que dá a impressão que o livro é mais grosso, mas não é e terminei o livro em apenas uma tarde.
O livro correspondeu minhas expectativas, já que eu procurava algo fluido e rápido, algo ideal para eu colocar após uma leitura tão intensa que havia termina um dia antes (Um Caso Perdido). Eu gostei muito, confesso que não morri de amores mas achei fofo e encantador e indico a todos que curtem um bom conto de fadas adaptado ou não.

  • Princesa Adormecida
  • Autor: Paula Pimenta
  • Ano: 2014
  • Editora: Galera Record
  • Páginas: 192
  • Amazon

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