Não falarei muito sobre a história em si, do filme Maze Runner – Correr ou Morrer que estreou nesta quinta feira aqui no Brasil, pois como a maioria deve saber, o filme é baseado no best-seller do autor James Dashner– The Maze Runner, uma trilogia seguida de um prequel. Mas para que ninguém fique perdido, parem um pouquinho e olhem a resenha que eu fiz do livro aqui. A resenha a seguir conterá spoilers, mas eu identificarei as partes com a cor vermelha, então leiam tranquilamente e pulem estas partes se desejarem.
Primeiramente, assim como disse na resenha do livro volto a dizer, qualquer comparação com qualquer outra série distópica é um erro, Maze Runner não é nem de perto o que estamos acostumados a ver atualmente, eu fico revoltada quando vejo resenhas fazendo comparações tão injustas e sem contexto algum. Maze Runner é algo bem original e para consciência de todos é do ano de 2007, ou seja tem um ano a mais do que Jogos Vorazes e quatro de Divergente.
Após isso, se você espera que o filme traga um romance para agradar o público, esqueça, assim como o livro isso é totalmente descartado entre Thomas e Teresa. Ambos são especiais? Sim, mas por enquanto não passa disso. Então vamos nos ater aos fatos como, a produção, direção e atores, que na minha opinião fizeram um ótimo trabalho, como fã da série eu fiquei totalmente satisfeita, sim eu disse totalmente e vou argumentar minha crítica da melhor maneira possível para que todos entendam.
A ansiedade em estar prestes a ver um livro que você simplesmente amou ganhar vida nos cinemas é algo bom e assustador ao mesmo tempo. Assustador por ter medo de se decepcionar e denegrir a visão que você já tem em relação a isso e o lado bom, por que enfim você vai ver a história ganhar nomes, característica e feições na pele de atores.
Wess Ball soube direcionar muito bem toda esta produção, mesmo que em seu currículo não tenha grandes produções. As cenas de ação são incríveis e de tirar o fôlego, não consegui tirar os olhos da tela por nenhum segundo, e isso se estende por todo ele, é um novo acontecimento atrás do outro, sem que fique corrido ou desconexo, tudo isso com os incríveis efeitos especiais acompanhada pela trilha sonora de John Paesano.
A ambientação da clareira e do labirinto ficaram totalmente reais e fiéis, assim como as construções dos clareanos, tudo foi feito com sua devida importância, assim como a caixa e as armas usadas. A caracterização dos personagens está igualmente bem feitas, roupas cabelo, maquiagem, tudo se encaixando perfeitamente no contexto.
Uma das coisas que me deixou preocupada na adaptação foi se manteriam o dialeto e as gírias dos clareanos, eu pelo menos vi na versão legendada (se alguém aqui só vê dublado, coragem!) e que alegria foi ver que isso foi mantido, foi sensacional, já que foi uma coisa que me marcou e muito durante a leitura, por muitas vezes me vi falando mértila por aí!
A representação dos Verdugos foi outra coisa admirável, foi exatamente como James descreveu nos livros. Sobre os personagens, nenhum foi descaracterizado, pelo contrário foi espantoso como eu consegui identificar cada personagem mesmo antes de serem apresentados. Thomas Brodie-Sangster como Newt trouxe à tona o co-lider que é assim como Aml Ameen como Alby. Will Poulter como o “vilão” Gally conseguiu mesclar as nuances do bom clareano e o imprevisível garoto tentando manter a sobrevivência desses garotos.
Talvez o único personagem que tenha me surpreendido, foi a escolha do ator Ki Hong Lee, para o Minho, mas mesmo assim, em suas primeiras cenas já apaguei a antiga imagem que tinha dele. Kaya Scodelario como Teresa também fez um ótimo trabalho, ela é um personagem forte no primeiro livro, e ganhou pouco espaço, se pudesse fazer uma ressalva quanto ao filme seria este, mesmo que sua notável ligação e telepatia com Thomas tenha ficado bem entrelinhas, ela não ficou apagada.
E o que falar de Dylan O’Brien como Thomas? Preciso mesmo? o cara não me decepcionou, para mim ele é o Thomas que tinha em mente, em toda sua representação eu senti como ele tivesse encarnado o personagem e conseguiu passar toda a personalidade de Thomas. Ainda bem que o personagem Styles da série Teen Wolf ficou a milhas de distância. Ao final é claro, que Patricia Clarkson, como a cientista Ava Page, lacrou o filme com sua marcante interpretação.
Ação e mais ação, mesmo assim consegui dar algumas ótimas risadas nas cenas de Teresa em cima da torre de vigilância e com Chuck gritando “Thomas! Thomas!” e sendo totalmente ignorado! Falando nele, também consegui me emocionar na cena de Blake Cooper, achei a cena tocante e cheia de emoção, assim como no livro, até derramei algumas lágrimas hahaha.
É evidente a ligação do personagem com Thomas, desde o início, a amizade foi cultivada de uma maneira forte e na adaptação não foi diferente, mas não havia espaço e tempo para prolongar isso, tive que enxugar os olhos rapidamente para já prestar atenção nos novos acontecimentos que viriam a partir dali. Aháaa! Te peguei comparando esta cena com a de Natalie Prior ou a de Rue? Parem, simplesmente parem com isso, esqueçam as outras séries!
O filme foi fiel na maioria das partes. Como falamos de uma adaptação temos que entender que os roteiristas devem deixar o filme enxuto, sem brechas para dúvidas e amarrar várias pontas, pois lembrem-se, nem todo mundo que vai assistir ao filme leu o livro, ou seja, mesmo com os pequenos ajustes, e alguns fatos serem deixá-los de fora não alteraram em nada a essência e a captação da verdadeira história por trás de tudo. O final é daqueles que qualquer um que aprecie um bom filme fica ansioso pelo próximo, então para aqueles que pretendem ver fiquem tranquilos, a Fox já comprou os direitos do segundo livro o lançamento de Maze Runner – Prova de Fogo está com data marcada para 18 de setembro de 2015 e contará com o mesmo diretor.
Para os fãs da série, dou a dica, esqueçam as sequência e tentem ver o filme como algo que se sustenta isoladamente das continuações, vejam apenas a história de Maze Runner e não se decepcionarão, agora se você se afobar e tentar já ver algo mais a frente ficará difícil. O filme cumpre com o objetivo, entreter com um bom enredo, eu não poderia estar mais feliz e isso foi um alívio, conseguiram fazer um ótimo trabalho. Maze Runner tem o ritmo e dinâmica que deve ter, achei o filme digno de atenção dos fãs e aos não fãs também.
Vai existir críticas? sim. Há quem goste e quem não goste? sim, como tudo. O filme deixou sua marca? deixou, e qual bom filme não deixa não é mesmo? Ansiosa pelo próximo? claro. Medo que me desapontar? de jeito nenhum! Agora é sentar e esperar por mais uma grande produção.
Update: Até agora a bilheteria de Maze Runner está com o total de $81,5 milhões de arrecadação no mundo. O que supera a expectativa pro primeiro final de semana e ainda dobra o número gasto na produção do filme. Maze Runner ainda vai estrear em lugares como Reino Unido, França, Japão, Itália, ou seja, esses números vão aumentar, querem provas que o filme vem superando toda e qualquer expectativa? Definitivamente uma nova franquia de peso chegou para conquistar o seu espaço.