Resenha: Legend

31 jan, 2015 Por Joi Cardoso

Distopia, sem dúvidas é meu gênero favorito. Eu gosto da maneira que cada autor cria seu mundo futurístico e principalmente a maneira que sua história alerta de certa a forma, a sociedade. Sabemos que não são todos que tem o costume da leitura, mas com certeza aqueles que leem sempre tiram algo importante dessas histórias.
Com Legend, primeiro volume da trilogia da autora Marie Lu não foi diferente, eu adorei a forma como a autora conseguiu mesclar sua cultura com o território americano, e agora vou tentar explicar um pouco para vocês! A música The Pretender tem tudo a ver com este universo distópico e resistência, por isso achei uma desculpa forma de matar a saudade do dia que fui ao melhor show da minha vida com a melhor banda ever hahaha.
Aperte o Play e boa leitura!

A República se consolidou com parte do que seria hoje Los Angeles nos EUA, mas ela vive em constante guerra com suas regiões vizinhas chamadas de Colônias, nelas os Patriotas tentam resistir à autoridade do governo atual. Com capítulos narrados intercalados, entre os dois personagens protagonistas, conheceremos primeiramente Day. Um garoto nascido nas regiões mais pobres da República. Ele está disposto a fazer de tudo para conseguir garantir comida e dinheiro para sua família, e por este motivo acabou virando o criminoso mais procurado do país.
June nasceu em uma das famílias mais privilegiadas da República e tem um futuro promissor como militar, ainda mais por ser um prodígio desde pequena. Foi a única estudante capaz de conseguir pontuação máxima na Prova. Esta Prova é um meio de selecionar o futuro da nação, aqueles que atingem uma nota elevada tem acesso livre a estudos, as melhores faculdades, dinheiro e carreira.
Já quem tem uma nota baixa, os ditos reprovados, são impedidos de frequentar sequer o ensino médio. Os mesmos farão parte dos pobres, são enviados para campos de trabalho e terão os empregos mais precários. As famílias perdem a guarda dos seus filhos reprovados, e devem aceitar isso calados. O que vamos descobrir aqui, é que não é tão simples assim, e existe muita coisa escondida por baixo dos panos.

Day, como cresceu na rua, sabe muito bem disso mas June nem imagina. Realidades diferentes, destinos diferentes. Jamais os caminhos desses dois poderiam se cruzar não é mesmo?! Bom, eles se cruzam no dia que o irmão de Day é infectado por uma praga, que assombra as favelas da República, e apenas ele pode garantir a sobrevivência de seu irmão. Seu nome nas ruas, entre os ricos e os pobres é uma lenda e ele usara disso para conseguir a cura em um hospital próximo, mas altamente vigiado.

Na noite que resolve executar seu plano, Day confronta Metias, o jovem capitão que estava supervisionando a entrega de frascos “suspeitos” e irmão mais velho de June. Day consegue fugir, gravemente ferido, mas seu ato acaba deixando um militar não só ferido como de costume, mas morto. Com seu irmão assassinado e com evidências mais do que plausíveis, June tem um único suspeito e promete vingança. Ela usa de todo seu talento e inteligência para se infiltrar nas ruas das favelas, enquanto Day tenta manter sua família segura e seu irmão vivo secretamente.

A diagramação do livro está perfeita, a arte da capa com o símbolo da República e até as páginas com detalhes nos cantos. Não tive a oportunidade de conhecer a edição da Prumo, mas a Rocco arrasou em toda a trilogia. A única coisa que me incomodou um pouco no enredo foi a idade de ambos protagonistas, seus atos e seus feitos parecem improváveis para dois jovens de 15 anos, se eu pudesse acrescentaria 3 anos para cada e daí sim, ficaria tudo redondinho. Mas como estamos falando do ano 2130…aceitei.

Com cenas de tirar o fôlego, com muita ação, luta e dinâmica, descobriremos que existem muito mais coisas escondidas pela República. Mergulhada em uma realidade nova, June que imaginava conhecer o país que vivia começa a questionar as medidas extremas que a República recorre para controlar seu povo e garantir seus segredos. A união dessas duas figuras, que são icônicas nesta população, não só mudará a vida de cada um para sempre, mas também para a sociedade que vivem. Seus atos trarão consequências.

Cada dia significa novas vinte quatro horas. Cada dia quer dizer que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume a um dia após o outro.

Cada página é recheada de reviravoltas, e eu adorei e recomendo. O envolvimento foi tanto que mal vi o livro acabar, de modo que é impossível não terminar o livro e ir correndo para conferir o segundo. Marie Lu consegue tecer uma boa trama e é implacável, sem medo de chocar o leitor. Ela faz uma crítica perfeita, à sociedade que envolve poder, sob manipulação, sob o uso de fantoches pelo governo e tudo isso em apenas 256 páginas. Ela me conquistou, me emocionou e eu quero mais!

  • Legend
  • Autor: Marie Lu
  • Tradução: Ebréia de Castro Alves
  • Ano: 2014
  • Editora: Rocco
  • Páginas: 256
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