Depois que o Duque de Hastings se casou com Daphne Bridgerton, resta apenas um libertino em Londres. O Visconde Anthony Bridgerton tem a posição de chefe de família desde seus 18 anos e desde então, lida com todas as responsabilidades e atribuições, que o cargo lhe exige. Isso nunca o impossibilitou de aproveitar parte de sua adolescência e vida adulta em busca de prazer, corridas de cavalos e festas. Vem daí sua fama de libertino mais censurável da Inglaterra e ele gostava disso.
Mas em 1814, quando se aproximará dos seus 30 anos ele decidiu que era a hora perfeita para se casar, já que lhe restava pouco tempo… Anthony era assombrado pela morte imatura do seu pai. Parece besteira, ele sabia, mas Anthony sentia que ele não seria capaz de viver mais do que seu pai. Sendo assim, ele tinha pouco mais de 9 anos para se casar e deixar herdeiros para que sua esposa e mãe criarem. Mas ele tinha uma única condição, jamais ele amaria sua esposa, assim seria melhor para ele e para quem ele deixasse para trás.
O diamante da temporada londrina é Edwina, a madame mais nova da família Sheffield, que é integrada por ela, sua mãe e viúva Mary e sua irmã mais velha, Katherine Sheffield. O objetivo de Anthony estava traçado, Edwina, correspondia todas suas expectativas, tinha bons modos, era inteligente e dona de uma beleza sem igual e o mais importante, ele tinha certeza que nunca a amaria. O problema é que não seria fácil cortejá-la, antes ele precisaria da aprovação de Kate.
Algo incabível na época, onde já viu a irmã mais velha opinar no casamento da outra irmã? Kate sabia muito bem da má fama de Anthony e apanhava mais informações sobre suas farras através das crônicas da Lady Whistledown, a colunista fofoqueira do diário londrino. Jamais Kate permitiria que Anthony se casasse com a irmã, jamais permitiria que a caçula se rendesse aos encantos de alguém com uma fama vergonhosa, um lorde persuasivo, atrevido e charmoso. Eu disse charmoso?
É uma briga entre cão e gato, Kate não tem papas na língua, é petulante e intolerável e Anthony a considera a criatura mais irritante e mandona da face da Terra e mais, ousada como a época não permitia. Entre pisões e discussões, desta combinação, só podia restar faíscas e gerar uma atração inexplicável e impertinente para ambos.
Quanto ao livro, Lady Whistledown está tão afiada quanto sempre, acima de cada capítulo ela solta todo seu veneno. Lembram que na primeira resenha eu disse que já desconfiava de quem ela fosse? Então, errei feio, errei rude, agora tenho outro palpite. Amei que a autora teve uma preocupação especial com o leitor no final do livro, explicando algumas coisas, ao terminar sua carta, me vi suspirando.
Se tivesse que apontar um defeito seria apenas a semelhança entre o primeiro livro sobre uma cena que define certos acontecimentos do enredo, mas não posso contar, sinto que já estou falando demais. Por fim, outro ponto que me chateou foi a capa, tudo seria diferente se o cabelo da modelo fosse moreno, assim como Kate é descrita.
Preciso realmente dizer o quanto amei a leitura? Mais uma vez Julia Quinn encheu meu coração de alegria, mais uma história inesquecível está gravada em minha memória. Sobre os personagens, um mais carismático que o outro, não me lembro de ter rido tanto no primeiro livro como neste. Eu ri e ri alto, Kate é ousada e está sempre questionando, mesmo nos momentos mais inapropriados. Eu já sentia as pequenas nuances do verdadeiro Anthony desde o primeiro livro, eu sabia que era um irmão honesto e honrado, que dedica todo seu tempo a família. Ele é gentil nas situações que poucos cavalheiros seriam, e é este jeitinho dele que derreteu meu coração e o de Kate.
O amor não tem nada ver com o medo de que tudo acabe, mas com encontrar alguém que o complete, que faça de você um ser humano melhor do que jamais sonhou ser.
Ela, com toda sua sagacidade, sabia que sempre fora a segunda opção para sua família, apesar de mais velha, ela não tinha as feições apropriadas, delicadeza e um belo corpo como sua irmã. Suas preocupações infundadas não à fazia enxergar a bela mulher que ela era, mulher esta que Anthony descobriu invadindo seus sonhos. Anthony que não se permitia amar, se viu até o último momento tentando fugir do sentimento, tentando afastar a escuridão que dominava.
Juntos, ambos personagens conseguem superar seus medos, suas inseguranças, e percebem que que só precisam viver um dia de cada vez para serem felizes. Às vezes, nossos comportamentos não nos definem como homem, mulher, pessoa mas sim nossas atitudes.
- The Viscount Who Loved Me
- Autor: Julia Quinn
- Tradução: Ana Resende
- Ano: 2013
- Editora: Arqueiro
- Páginas: 304
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