sofás da recepção do edifício e não se movia por nada nesse mundo, mas o mais estranho era o fato de que aparentemente ninguém em todo o salão da recepção, parecia notar a presença daquela senhora que usava uma maquiagem vibrante demais para sua idade. Aquela cena bizarra permanece na mente de Perry, mas logo vai embora, quando ao chegar em casa, recebe a notícia de que ela e sua família irão passar o final de semana na casa do tio. Este possuí uma propriedade na praia, que além de possuir uma extensão considerável, possui também um farol abandonado e lacrado por muito tempo, desde antes de Perry ter nascido.
O cheiro de poças da maré e de alga apodrecida penetrava entre as fendas onde o silicone se esfarelou. Eu não sabia onde estava nem por que estava ali, mas sabia que algo havia me atraído.
O prédio estava lacrado, e a luz do farol não funcionava, mas parecia vivo para mim, como se estivesse apenas dormindo.
Dark House é aquele tipo de livro que te fisga no começo da leitura e te transporta para outro mundo juntamente com a personagem principal. Além disso ele te deixa encucado com relação aos mistérios e segredos relacionados a história e aos personagens. Porém, apesar de fazer parte da série Experimente o Terror, eu tenho que admitir que não consegui sentir medo. Nem mesmo um pouquinho de apreensão foi capaz de surgir enquanto lia o livro, e veja bem, eu estava lendo o livro durante a noite e sozinha, tudo estava propício. Não me entendam mal, existem sim, momentos, cenas e situações específicas criadas (e muito bem criadas e situadas, por sinal) pela autora que são cenas típicas de histórias de terror, mas em muitos casos, elas são muito comuns, muito exploradas, por isso não chegam a assustar qualquer um. Talvez eu não tenha sentido medo pois sou uma pessoa apaixonada por filmes, histórias, livros, jogos, ou qualquer coisa relacionada ao gênero terror. Sendo assim, talvez não seja tão fácil me assustar. Mas isso não significa que outras pessoas não sentirão medo ou apreensão ao ler o livro!
Outra coisa interessante que aconteceu enquanto eu lia o livro foi que, em vários momentos, eu me pegava dando boas risadas! Eu sei, eu sei, até eu admito que é um pouco estranho que, um livro que deveria ser de terror/suspense, me dê vontade de dar risada, mas eu vou explicar tudo para vocês. Como eu havia comentado no começo da resenha, a Perry possuí 22 anos. Essa semelhança de idade já fez com que eu me identificasse um pouco com a personagem, mas ao longo da história foram tantos detalhes, tantos aspectos, tantas coisas que ela fala e pensa que eram muito parecidos (para não dizer iguais) com o que eu penso, que eu me apeguei demais à personagem. Além de me apegar à personagem, eu morria de rir com os pensamentos confusos, estranhos, perdidos, fofos e engraçadinhos dela era como se eu estivesse me observando ao longo da história! Ela pensa cada coisa, e mesmo com tudo o que ela via ou imaginava, ou com tudo o que estava acontecendo, ela sempre vinha com um pensamento, uma opinião sobre o assunto, tudo isso me ajudou a dar boas risadas, além de tornarem o livro mais leve.
O trabalho que a Editora Única realizou neste livro está maravilhoso! Eu confesso que dei uma olhada na capa original (eu e meu problema com as capas) do livro, e preciso dizer que a capa nacional está linda, muito melhor do que a original. Ela se apresenta em um formato que te fisga na primeira olhada, além de deixar aquela sensação de suspense no ar. O trabalho de formatação do livro também está perfeito. Eu confesso que sou um pouco chata com relação a formatação e capas de qualquer que seja o livro, eu sou o tipo de pessoa que adora encontrar pequenos detalhes que mostram que a editora realmente se importa com a obra, que possuí carinho por ela e que quer trazer alguma coisa diferente para o livro. Por esse motivo eu amei o fato de que, a primeira linha de cada capítulo está escrita em uma fonte diferente. O único problema que encontrei, é que ainda existem alguns errinhos de revisão, não é nada grave e são pouquíssimos erros, mas eles estão ali.
De certa forma, ao lidar com os mortos, eu nunca havia me sentido tão viva.
Como se meu destino soubesse exatamente o que eu pensava, captei um vislumbre de uma figura parada numa das janelas do aeroporto.
- Dark House
- Autor: Karina Halle
- Tradução: Santiago Nazarian
- Ano: 2011
- Editora: Única
- Páginas: 349
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