Virei mega fã da autora internacional Jojo Moyes, já no início da leitura de “Como Eu Era Antes de Você”, e estava ansiosa para ler seus outros títulos, já famosos mundo afora. A minha próxima escolha foi A Garota que Você Deixou Para Trás. Já comentei em outras resenhas, que tenho um certo receio em ler outros livros, de autores que ganharam o meu coração com um livro específico, que é bem o que aconteceu neste caso. Pois bem, Jojo é incrível mesmo. O livro me ganhou já no início, pois sou, desde os tempos de escola, fascinada pela primeira e segunda guerra mundial.
Iniciei esta leitura, sem ler nem ao menos a sinopse, pois em muitos casos, ela pode contar detalhes que eu gosto de descobrir ao longo da leitura. Assim, embarquei na jornada de A Garota que Você Deixou Para Trás. Vamos à história? O livro inicia com a história de Sophie Lefrève, em meados de 1916, em St. Péronne, França. Os alemães tomaram diversas cidades na Primeira Guerra Mundial, e uma delas é St. Péronne. Sophie vive agora com a irmã, Hèlene, o irmão, Aurélien, e os filhos de Sophie. Eles têm um hotel/restaurante chamado Le Coq Rouge. Agora que a guerra está por todos os lados, já não tem tantos fregueses como antes, mas de qualquer maneira, não há muita oferta de alimentos para o restaurante. O marido de Sophie, Édouard, assim como o marido de Hèlene, estão lutando na guerra já há alguns anos. As irmãs tentam levar a vida da melhor forma possível, mas já não chegam muitos carregamentos de alimentos, e os alemães já vasculharam o Le Coq, levando tudo de valor.
Moça Fresca
O Kommandant, enquanto isso, era sempre cortês. Cumprimentava-me, se não com carinho, pelo menos com uma espécie de civilidade cada vez mais familiar.
Sophie é completamente apaixonada por Édouard, e somo levados ao seu passado, quando ambos se apaixonaram. Ele, um jovem pintor, e ela, uma vendedora em uma grande loja de departamentos. Contra todas as probabilidades, ela se apaixona pelo homem estranho, lindo e grandalhão! Édouard é apaixonado por pinturas, estudou na Faculdade de Artes, mas nada que faz agrada a maioria das pessoas, dada e excentricidade de sua obra, devido às escolhas de cores. Porém, certo dia, no auge do amor entre ele e Sophie, ele a pinta e lhe dá a obra de presente.
Já não choro pelo meu lar. Não poderia dizer por quanto tempo viajamos pois, os dias e as noites se fundiam, e o sono se tornara um visitante fugaz e esporádico.
Agora, no meio da guerra, e longe do marido, Sophie apega-se ao quadro, e a um passado bom e distante. O belo quadro está na parede principal do Le Coq, e Sophie orgulha-se dela, mas Hèlene tem medo que os alemães que possam vir a entrar no hotel, vejam isso como uma afronta. Os alemães que tomaram a cidade, costumavam alojar-se, e fazer suas refeições no outro restaurante da cidade, porém, por um infortúnio do destino, o novo Kommandant Friedrich Hencken resolve começar a fazer as refeições noturnas no Le Coq. Contudo, Sophie ainda consegue ver o lado bom desta situação, já que eles irão se alimentar ali, carregamentos de comida irão chegar também, e quem sabe, algumas sobras estarão disponíveis para alimentar a família.
E quanto mais a febre subia, menos eu ligava para a falta de comida. A dor no meu estômago era abafada por outras dores. Na cabeça, nas articulações, na nuca.
O novo Kommandant aparenta ser um pouco mais benevolente que o anterior, e Sophie se surpreende com o fato dele gostar de arte, ainda mais de adorar o quadro que Édouard lhe deu. Sophie tem medo que os alemães o roubem, mas de certa forma, confia no Kommandant. Após anos sem notícias do marido, as cartas simplesmente cessaram, Sophie vê apenas uma saída, uma proposta para o Kommandant. Seu plano não sai como o planejado, e ela é levada pelos alemães, arrastada pela rua, na frente de todos da cidade, colocando o seu nome, e de sua família na lama.
Quase 100 anos depois, somos apresentados a jovem Liv Halston, uma jovem viúva, apaixonada pelo marido morto há mais de quatro anos, e assim, vive num luto eterno. Mora sozinha, faz alguns freelances de editora, mas o trabalho está cada vez mais escasso. Como o marido falecido era um importante arquiteto em Londres, ela vive numa luxuosa residência, com quase todas as paredes de vidro, mas agora ela já não tem como arcar com estas despesas, precisa pensar em uma saída. E rápido. Na parede do seu quarto, está nada mais, nada menos, que o quadro de Sophie. O quadro que se chama A Garota que Você Deixou Para Trás.
Moça Fresca
Liv está branca como papel. Ela está muda, imóvel, com a mão no rosto; sua bochecha está arranhada e o rabo de cavalo, meio desfeito.
Paul McCafferty é sócio de uma empresa que devolve obras de arte extraviadas a seus donos legítimos. Em alguns casos, a entrega não envolve a justiça, em outros, sim. Por uma peça do destino, Paul conhece Liv, e após uma noite juntos, Paul observa “A Garota” na parede de Liv e fica em choque. Parentes dos Lefrève estão atrás daquele quadro. E ele hoje vale milhões de libras. Ele terá que lutar contra Liv. Isso vai acabar com o relacionamento deles, além de leva-la a falência. A história é intensa, e a descoberta de cada detalhe da história de Sophie é muito empolgante. Cada detalhe horroroso pelo qual ela passou, e pensar que estas histórias realmente aconteceram provavelmente ainda piores. Ver a força de Sophie se esvaindo me deixou com lágrimas nos olhos por diversas vezes. Em alguns momentos, a Liv me tirou do sério, acho que tomaria algumas decisões diferentes das dela, mas no fim, ela estava completamente certa em seu posicionamento.
Vê Liv, cabisbaixa, maltratada pela opinião pública, as palavras duras de estranhos, a falência iminente. Ele a vê endireitando os ombros, o rabo de cavalo torto, ao entrar em mais um dia de tribunal.
A única coisa que eu não gostei, mas é uma questão minha, é que eu fiquei um pouco perdida em alguns momentos. Não sei se eu é que sou um pouco
lerdinha, ou se isso aconteceu com mais pessoas que tenham lido, mas em diversas falas, eu ficava perdida. Não sabia quem estava pensando aquilo, ou falando aquilo. A narrativa ia de personagem em personagem, ia e voltava no tempo. Muitas vezes fiquei completamente perdida, até ler um bom pedaço e me dar conta que aqueles acontecimentos já eram de outro personagem. Com relação a história, adorei. Confesso que gostei mais de Como Eu Era Antes de Você (
resenha aqui), mas OK, pois este livro está entre um dos meus favoritos
ever! Então, para bater ele vai ser difícil! Não chorei enlouquecidamente, mas chorei, e o pior, sentia um aperto no peito tão grande, que tinha que parar de ler e refletir um pouco antes de continuar! Como Eu Era Antes de Você” já está sendo filmado, e agora é aguardar notícia para a adaptação deste livro também!
XO,
Enjoy!
- The Girl You Left Behind
- Autor: Jojo Moyes
- Tradução: Adalgisa Campos da Silva
- Ano: 2012
- Editora: Intrínseca
- Páginas: 379
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