Desde que conheci o mundo dos games eu me considero uma garota geek. Porém, conforme fui conhecendo mais sobre este universo e todas suas diversidades, eu me dei conta que na realidade eu sempre fui.
Hoje em dia são muitos os caminhos que te levam ao mundo nerd, são os livros, os games, as séries e até os hobbies que te fazem amar e se encaixar em diversos grupos. É isso e muitas outras coisas que O Manual da Garota Geek da produtora de TV Sam Maggs vai falar. Não é uma história, muito menos uma autobiografia, é exatamente o que o título propõe, é um manual onde podemos identificar quem é, ou não um geek, em que grupo esta pessoa se encaixa, como este mercado vem se adequando ao universo feminino e como se familiarizar com tudo isso.
Logo de cara, a autora nos faz uma pequena introdução da onde surgiu esta vontade de escrever um livro que não necessariamente deve ser lido apenas por garotas, pelo contrário. De como ela se descobriu uma geek e qual foi seu caminho até lá. Eu particularmente me identifiquei com cada palavra que a Sam escreveu e a leitura acabou fluindo bem descolada e despretensiosa para mim, como se tivesse conversando com uma amiga.
É importante dizer que apesar de ser um manual e a autora apresentar diversos tipos de “garotas geeks” nele, o livro não te limita a isso. Um geek pode sim se identificar com diversos fandoms e como são muitos, é fácil se identificar com quase todos, mas sempre lembrando que acima de tudo, é necessário querer fazer parte deste mundo, não apenas estar nele.
Muitas dos assuntos abordados aqui eu já tinha total conhecimento e muitos outros eu amei conhecer. As origens dos fandoms, o nome dos fãs, as gírias ou os chamados “idiomas geeks” também marcam presença! Foi o máximo encontrar palavras como shipar, spoilers, otaku e PP super bem explicados no exemplar. Uma pena que alguns desses nomes foram traduzidos ao pé da letra, eu não achei que houvesse necessidade disso, mas OK.
Eu gostei bastante de ler que o geek e o meio em que ele vive não necessariamente precisa ser totalmente nerd. Como no meu caso, a maioria das minhas amigas não curtem e nem entende o meu mundo nos games, acham uma perda de tempo e etc., e eu sei que jamais poderia trazer uma delas para este meio, fato que a própria autora comenta no livro, e ela acaba nos dando algumas dicas para pelo menos aproximar nossos amigos disso.
Um compilado de lugares, eventos, encontros, youtubers e sites também são indicados e explicados no livro, como as convenções mais conhecidas, a San Diego Comic Con, a Blizzcon, as Zombie Walks e a Anime! E é claro, que a Editora Única trouxe diversas referências nacionais para os fãs brasileiros. Adorei encontrar no meio de tanto material bom a nossa primeira “Con” internacional, a Comic Con Expirience que acontece em São Paulo, a Anime Extreme, entre outros. Não poderia faltar, no meio de tudo isso, um guia de sobrevivência para estas convenções enormes, então para os marinheiros de primeira viagem, neste manual você vai encontrar todas as dicas que precisa! Mas será que só eu senti falta da nossa tão querida Bienal por aqui?!O livro também traz doze entrevistas com mulheres bem sucedidas do meio, e cada uma respondendo o que uma garota geek significa para elas, como ser assim influenciou nas vidas delas e qual conselho elas dariam para a nova geração. Entre as entrevistadas vi nomes lindos como Jane Espenson e das autoras Erin Morgenstern e Beth Revis.

Foi-se o tempo em que os geeks eram considerados pessoas sozinhas em frente a um computador, ouso dizer que o meio social de um geek é muito maior e mais amplo de um não geek. Eu conheço pessoas de todos os estados e volta e meia vários fandoms organizam encontros para se conhecerem. trocarem ideias e compartilharem momentos. Ser nerd nos ensina a fazer amigos, respeitar as pessoas, e nos divertir a cima de tudo com aquilo que gostamos. Seja um geek feliz mas lembre-se sempre, não alimente os troll’s ^^
Sem dúvidas, O Manual da Garota Geek foi super bem-vindo na minha estante. Parabéns Única pelo cuidado e capricho na edição, talvez se eu pudesse melhorar uma coisinha apenas, seria o tamanho da fonte que para mim ficou um pouco pequena, mas isso é apenas uma exigência de uma nerd quatro olhos. Como um todo, a edição está linda e cheia de ilustrações. Eu mais do que recomendo esta leitura, para garotos, pais, tios, avós e é claro, garotas.

  • The fangirl’s Guide to the Galaxy
  • Autor: Samantha Magghilli
  • Tradução: -
  • Ano: 2015
  • Editora: Única
  • Páginas: 192
  • Amazon

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