Alice tem apenas 15 anos, mas já a melhor combatente no grupo de seu pai. Ela não viu a Insurreição acontecer, nasceu já fazendo parte deste mundo apocalíptico. Em um dia, quando estava de vigia no assentamento de seu grupo, Alice avista um zumbi com bizarras orelhas de coelho e o inevitável acontece. Ela vai atrás do Orelhudo que se joga de buraco. Na cabeça de Alice o plano é simples, descobrir onde os mordedores se escondem para destruir a maior parte deles.
Porém a quantidade de mordedores é enorme e o plano acaba dando errado, de qualquer forma, o inesperado acontece, e enquanto Alice espera as dezenas de mordidas em sua pele, ela é levada para o centro do abrigo dos mordedores. Jamais isso havia acontece, nenhum humano sobreviveu tanto tempo na presença dos mordedores, o destino desses azarados era o mesmo, virar um mordedor ou a morte.
A partir desse inédito acontecimento que todo o desenrolar do livro acontece. Alice começa a descobrir a verdade por trás da criação dos mordedores, e também da profecia em que baseiam, um tal livro chamado Alice no País das Maravilhas. Tudo parece novo e irreal para a realidade que Alice estava acostumada. Tudo loucura da cabeça perturbada da líder dos mordedores, A Rainha.
É com os mordedores que Alice descobre o que ocorreu antes da Insurreição e como a política influenciou no estado que o mundo se encontra atualmente. Mesmo dentre ao caos, ainda existem forças governamentais chinesas e eles que controlam e até escravizam os sobreviventes remanescentes, para obter alimento e suprimentos.
Dentro de sua releitura o autor aproveita para fazer duras críticas a sociedade e também ajuda a desmistificar a tendência do ser humano a sempre julgar aquilo que não compreendemos, eu achei esta jogada sensacional, e com certeza, é um ponto positivo para o livro. Porém existem aspectos negativos também, apesar de ser uma leitura interessante, enquanto eu lia senti um pouco de dificuldade em contextualizar muitas cenas, mas não meu entendimento.
Eu adorei que a história se passasse na Índia, mas não entendi porquê Alice era filha de americanos. Infelizmente o autor descreveu o final de forma corrida e a velocidade dos acontecimentos foi em demasia, mas eu o perdoo, tudo por que a cena final conseguiu me convencer como leitora. Vejam bem, apesar de parecer contraditório, eu falo que o livro é bom, apenas alguns detalhes deixaram a desejar.
A saga de nossa heroína é recheada de cenas de ação, do início ao fim. Alice é uma personagem forte, uma líder nata, algo bem diferente da obra original o que me surpreendeu bastante. Parabenizo o autor Mainak Dhar por tamanha ousadia em sua história e também a Única Editora que fez um trabalho sem igual com a obra. Este é o primeiro livro de uma série que já tem continuação lá fora, ainda não lançada aqui no Brasil.
Concluo dizendo que o livro consegue cativar diversos públicos, se você gosta de zumbis, releituras e teorias conspiratórias, com certeza este livro é o ideal para você. Alice in Deadland, como prefiro, falará de uma forma instigante sobre liberdade e a busca da verdade, acima de tudo. Tenho certeza que ao finalizar esta leitura, cada leitor vai se ver refletindo por diversos aspectos em nossa sociedade e isso para mim foi ótimo.
- Alice no País das Armadilhas
- Autor: Mainak Dhar
- Tradução: Alice Klesck
- Ano: 2015
- Editora: Única
- Páginas: 256
- Amazon