Quando vi o trailer de Stranger Things na página da Netflix, eu simplesmente pirei! Sério, eu enlouqueci, e já comecei a contar os dias para que o dia do lançamento chegasse de uma vez, pois eu simplesmente precisava daqueles episódios para viver! Exagerada? Não! Talvez. As séries da Netflix estão se mostrando cada vez melhores, para provar o meu ponto estão aí, Marco Polo, Narcos, Sense 8, enfim, eles estão com todo o gás! Por esse motivo, sabia que vinha coisa boa por aí. A pior coisa que tem, é quando olhamos um trailer, ficamos naquela expectativa e quando chega na hora e não era tudo isso né? Pois bem, Stranger Things é tudo isso, e mais.
Esse foi o meu primeiro contato com uma série original da Netflix e mesmo não possuindo uma base, tenho que dizer que o que vi conseguiu me convencer de que a Netflix está investindo e pode se tornar uma concorrente forte no mercado (ou será indústria) dos seriados. Quem acompanha as minhas resenhas aqui na Estante, sabe que eu sou fã de Stephen King, e para começar essa resenha, vou falar uma frase que já disse para várias pessoas enquanto recomendava a série: essa série poderia tranquilamente ter sido escrita por Stephen King. Na verdade, não me surpreenderia se daqui alguns meses ele não acabe revelando que a série é baseada em algum novo livro dele.
A série se passa em
Montauk, Long Island e o ano é 1983.
Joyce Byers (Winona Ryder) é mãe solteira de dois meninos,
Jonathan (Charlie Heaton) e
Will (Noah Schnapp). Will é o mais novo e tem 3 grandes amigos,
Mike (Finn Wolfhard),
Dustin (Gaten Matarazzo) e
Lucas (Caleb McLaughlin).
Os quatro amigos são o que já chamamos de nerds. Sempre alvos dos valentões da escola, porém, eles estão mais interessados em seus jogos de RPG, como Dungeons & Dragons, do que brigas. Além disso, os quatro meninos possuem uma facilidade, uma proximidade muito grande com as aulas de ciências, são até “apadrinhados” do professor (se assim me arrisco a dizer), o que os torna mais inteligentes do que outros meninos e além disso, é o que nos proporcionará aquelas explicações, aquelas razões importantes ao longo de certos acontecimentos. Após um dia em que jogaram por dez horas seguidas, os meninos despendem-se de Mike, e partem para suas casas. É tarde da noite, mas a cidade é pacata, e ninguém vê maiores problemas em três crianças andando de bicicleta de madrugada. Porém, nessa noite, Will desaparece.Após esse evento, tudo parece mudar. Os três amigos de Will não acreditam na sua possível morte, e começam uma investigação por conta própria. A mãe de Will, Joyce, também não acredita na morte do filho, e jura que está entrando em contato com ele através das luzes da casa. Com um passado de transtornos psiquiátricos, quem acreditaria em Joyce? O delegado da cidade, Hopper (David Harbour), também inicia uma investigação, e o que parecia simples de resolver, começa a se apresentar mais estranho e assustador. Além disso, Hopper tem um passado obscuro, que o irá motivar a desvendar todo esse mistério.
Nas buscas por Will, os três garotos acabam encontrando uma garota franzina e de poucas palavras. E é nesse ponto que o que antes era apenas especulação começa a mudar e seguir um rumo bem bacana, ligado ao universo da ficção científica. Após ganhar a confiança da menina, Mike descobre uma tatuagem no braço dela com o número onze. Ao que tudo indica, este é seu nome e os meninos passam a chama-la de El, diminutivo de Eleven (Millie Brown). A irmã mais velha de Mike, Nancy (Natalia Dyer), estava alheia a todo horror e angustia que os meninos, Joyce e o Chefe Hopper estavam passando, mas se vê jogada bem no meio do furacão, quando uma série de eventos estranhos a atinge. Assim, a dupla mais improvável se forma – Jonathan e Nancy – o estranho e a patricinha; e juntos eles iniciam mais uma frente de investigações.
Sendo este o cenário principal da série, estabelecido já no primeiro episódio, não vou falar mais nada sobre o enredo, mas garanto que muitos outros acontecimentos surpreendem, e muito, o telespectador. As atuações estão incríveis, mas as que achei mais convincentes foram as de Winona e Millie. Winona já é uma artista consagrada, e firmou ainda mais esse status, fazendo um papel incrível de mãe aterrorizada com a ideia de perder o filho caçula. As cenas em que ela atua sozinha. Já Millie, uma jovem atriz, desconhecida até então, se mostrou muito madura e entregue para sua idade, fazendo um papel impecável como Eleven, personagem chave para a história. Ouso falar que se sua atuação não funcionasse, dificilmente a série seria um sucesso.
E aqui, embora também tenha gostado muito da série, tenho que seguir um caminho um pouco diferente. Apesar de possuir um enredo que te prende do início ao fim, de possuir uma história bem amarrada, senti que a série não exige muito de quem assiste, isso no sentido de que ela é previsível, bem, pelo menos foi para mim. Não é difícil entender e de imaginar as jogadas, as atitudes e os rumos da história, mas mesmo assim o enredo não perde o brilho.
Apesar de Millie roubar a cena, não poderia deixar de fazer uma menção honrosa aos outros atores mirins desse seriado. Finn, Gaten, Caleb e até mesmo Noah, que aparece só um pouquinho, nos trazem uma atuação convincente, fofa, adorável, de encher os olhos e tornar um enredo mais denso em algo leve e muitas vezes engraçadinho. Essas crianças trouxeram frescor para a história, garantiram que nos apaixonássemos por todo o universo e nos fizeram torcer não apenas por eles, mas por todos os adultos também!
Fiquei chateada com apenas um detalhe – a primeira temporada tem apenas oito episódios, e como todos foram disponibilizados de uma vez, fui assistir como se nada mais no mundo existisse e, obviamente, acabei tão rápido como comecei. Agora é torcer para sair logo a segunda temporada! Rapidão Srta. Netflix – please!
Outra coisa que amei nessa serie, foi essa vibe anos 80, são muitas as referências, como Arquivo X, E.T., Stand By Me, Firestarder, Poltergeist, It, The Thing e Goonies. Estes são apenas alguns dos elementos fan services e nostálgicos que a série oferece. Eles acertaram em cheio nisso, ficou super bem feito e teve uma ótima composição, tudo para atingir um grande público.
Stranger Things, apesar de não ser aquela série que te deixa com um nó no cérebro, é cativante, é viciante, e como se não bastasse, nos mostra, nos faz lembrar de cenas clássicas, daquelas histórias que tanto nos encantavam e que há muito não retornavam. A produção provou que é possível se utilizar de ficção científica com uma pegada de anos 80 e ainda sim ser instigante. Ela não é uma produção nível HBO, mas já se estabeleceu no mundo todo e provou que nem sempre precisamos de muito para entreter.
Os efeitos especiais também não deixaram a desejar em minha opinião. E a trilha gente? Maravilhosa! Quem ainda não começou a assistir, tá esperando o que? São só oito episódios, nem notamos passar! Se você gosta de Stephen King e todas as referências que citei, então… corre!
Espero que gostem da série, quem já assistiu, diz pra nós que achou aqui nos comentários!