A Maça do Éden é protegida pela ordem dos assassinos e Aguilar de Nerha foi o último homem conhecido a possuir o artefato. Ancestral de Callum, Aguilar foi um assassino espanhol que viveu no século XV. Juntamente com outros assassinos, que juraram a vida pela proteção do artefato, eles trabalham para que a Maça do Éden não seja descoberta, para que não caia nas mãos dos templários que a querem para terminarem com o livre arbítrio.
Muitos aspectos do jogo foram muito bem traduzidos para o cinema, como as lutas bem coreografadas, as cenas de parkour, característica forte do jogo, e também o figurino e maquiagem. Sem contar o estonteante visual que permeia todo o filme. Passando-se na Inquisição Espanhola, é de se esperar que o filme agrade o público com lindas paisagens recheadas de CGI, ou a famigerada, computação gráfica. Ledo engano, caro leitor.
Dirigido por Justin Kurzel (Macbeth), o longa teve desde o início de sua produção o objetivo de trabalhar com efeitos em ambientes reais. Portanto, a maioria do filme foi criado com movimentos reais, seja dos atores ou dos dublês contratados, um prato cheio para fãs de filmes de ação. Para compor ainda mais o equilíbrio do filme, todo ele foi gravado na Espanha, Malta e Londres e as cenas que se passavam no século XV, foram filmadas com diálogos em espanhol, algo que não acontece nos games, independentemente da localização.
Ao sair do cinema, se você é familiarizado com os jogos da franquia, é impossível não fazer uma comparação constante entre as cenas em que os assassinos estão em ação com a jogabilidade do game. Se por outro lado, você está tendo sua primeira experiência com a história, você terá acabado de ver uma adaptação com estilo próprio, um filme cheio de ação e que explora muito bem os elementos que a história proporciona. As cenas de parkour, por exemplo, se fossem apresentadas junto a uma coreografia mal feita, poderia sem dúvidas estragar toda a dinâmica do filme.
A trilha sonora, apesar de ter me causado uma certa estranheza no início, com músicas, vamos dizer assim, mais “modernas”, quando estávamos imersos no século XV, ao final me pareceu impecável, casando muito bem com todas as cenas e com o contexto em que eram inseridas. Aliás, deve ser um dos pontos fortes da adaptação, o trabalho da trilha sonora com a imersão que o filme queria causar.
Por fim, pode ser que talvez eu seja uma crítica de cinema meia tigela, pouco exigente, é verdade, mas para mim Assassin’s Creed é um filme plausível, que entrega realidade em todos os quadros e em todos os lugares falando em termos de ideias e conceitos. A ação do filme é de verdade, em suma, é uma produção muito bem pensada por todos os envolvidos, inclusive por Fassbender, coprodutor do longa.
Dito tudo isso, se existiu uma adaptação ruim, esqueça-o agora e dê um “salto de fé” para este filme. Assassin’s Creed é um filme coerente, do início ao fim e que instiga a curiosidade do público, o filme dá uma nova chance e divide águas para que as adaptações de games no cinema possam, finalmente, mostrar a grandeza e a força que este universo tem a oferecer.
- Assassin's Creed
- Lançamento: 2017
- Com: Michael Fassbender, Marion Cotillard
- Gênero: Ação, Aventura
- Direção: Justin Kurzel