A famosa Saga do Tigre têm se mostrado uma experiência bem interessante para essa leitora exigente aqui. Com pontos positivos e negativos que se repetem nos dois primeiros livros da saga, e com detalhes encantadores que fizeram com que essa série (que até o momento está bem morninha) se tornasse uma queridinha, eu não poderia simplesmente deixar essa história pela metade, precisava descobrir o que vinha a seguir. Precisava acompanhar as aventuras do nosso querido trio e conhecer mais e mais detalhes sobre a cultura e costumes da Índia. Por ter se tornado uma série tão querida, e por ter conquistado tantos fãs ao redor do mundo, compartilho com vocês hoje as minhas opiniões sobre o terceiro livro da série.

Tem água para Quel-si. Talvez lua, mas lua puxa a maré, de todo modo.

No terceiro livro da Saga do Tigre nós descobriremos a triste sina de Ren. Desvendaremos e compreenderemos tudo o que nosso querido tigre branco passou enquanto esteve nas mãos de Lokesh, receberemos a triste notícia de que ele não se lembra mais de Kelsey, todas as suas memórias, tudo o que ele tinha em sua mente, que estava de qualquer maneira ligado a nossa protagonista, desapareceu. Ren não se lembra que um dia amou Kelsey e esse é apenas um dos problemas desse novo capítulo da história.
Após resgatarem Ren, nosso trio deverá se concentrar na terceira busca indicada pela Deusa Durga. Dessa vez teremos o elemento água permeando toda a nossa aventura. Ren, KishanKelsey, o senhor Kadam e Nilima sobem a bordo de sua embarcação particular e desvendam os segredos dos mares, enfrentam dragões, descobrem histórias antigas e se lançam ao mar para reencontrar o colar de Durga e quebrar mais uma parte da maldição que persegue nossos amados tigres por ano após ano.
Assim como visto nos dois primeiros livros da série, aqui também encontramos uma escrita simples em sua essência, porém recheada de costumes, detalhes, curiosidades e todo o tipo de informação que você puder imaginar sobre a Índia e uma ou outra cultura apropriada pela autora para trazer ainda mais magia para sua narrativa. Colleen Houck realiza uma pesquisa maravilhosa e a integra muito bem em sua história. Sei que já comentei isso antes, mas esse é um dos detalhes que mais me marcou e mais encantou até o momento nesta série. A pesquisa é incrível, é de encher os olhos, deixa qualquer leitor mais exigente com o coração aquecido por tanta informação.
Outro ponto positivo neste livro são todas as aventuras e cenas de ação criadas pela autora. As aventuras imaginadas pela mente criativa de Colleen Houck nos encantam, possuem fluidez, nos fazem vibrar, permeiam a maior parte do livro, estão cheias de detalhes, são muito bem conectadas a seus propósitos e a toda a pesquisa realizada pela autora. Da mesma forma como a autora é capaz de criar aventuras de tirar o fôlego, ela também cria cenas de ação incríveis. Aqui a ação está impregnada na grande maioria das páginas. Recebemos informações, riqueza de detalhes, tudo o que é necessário para que possamos visualizar cada movimento, cada cenário, cada atmosfera.

Só porque você é príncipe isso não significa que eu seja sua súdita. Então, desça desse trono, sua alteza, e encontre alguma outra garota para intimidar.

Da mesma forma  que os pontos positivos de repetem nesses três livros da série, os pontos negativos também são velhos conhecidos do leitor. Mais uma vez me irritei com os momentos de mimimi da senhorita Kelsey, porém, neste volume eles são menos frequentes e minha irritação e frustração foi direcionada para dois detalhes específicos. O primeiro deles é o tal do triangulo amoroso. Eu simplesmente não consigo gostar, não consigo me encantar por esse tipo de fórmula. Sempre que encontro essa fórmula em qualquer livro fico mais e mais frustrada. Porém nesse caso a minha frustração se dividiu entre o triangulo amoroso proposto pela autora e nosso tigre branco. Ren se tornou insuportável nesse livro (pelo menos na opinião dessa chata de galocha). Por vezes eu conseguia entender algumas de suas atitudes, mas em muitos momentos me vi com raiva do personagem, de seus comentários estúpidos, de suas ações bobas e até mesmo de suas posições autoritárias. Gente, o que foi aquele escândalo por causa do cabelo?
Até o momento a Saga do Tigre tem sido uma série morna, com pontos altos e baixos, mas são justamente os detalhes positivos dessa história que fazem com que o leitor se interesse e fique instigado para saber o que vem a seguir. A Viagem do Tigre segue a fórmula estabelecida pela autora nos dois primeiros livros da série. Neste livro ocorrem algumas pequenas mudanças, porém  de maneira geral a narrativa se estabelece como uma velha conhecida do leitor. Colleen Houck sabe nos deixar instigados, sabe nos presentear com curiosidades e detalhes de culturas muitas vezes pouco exploradas na literatura. Após me encantar muito com aspectos específicos da leitura, só me resta descobrir o que nos aguarda no último capítulo desta saga.

Durga dissera: “As pessoas que se arrependem são aquelas que não compreendem a razão da vida.

  • The Tiger Saga #3: Tiger’s Voyage
  • Autor: Colleen Houck
  • Tradução: Ana Ban
  • Ano: 2012
  • Editora: Arqueiro
  • Páginas: 483
  • Amazon

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