Caymen cresceu sem o pai. Não porque ele tenha morrido, mas sim por ter escolhido estar distante. Ela nunca o conheceu e tenta sempre se convencer de que não tem mais interesse. Além disso, Caymen também aprendeu desde cedo que não se pode confiar na maioria das pessoas ricas. Isso porque seu pai é de uma e abandonou sua mãe antes até de ela nascer. A garota cresceu ouvindo a mãe dizer que pessoas ricas são arrogantes e não se importam com os outros.
Caymen e a mãe vivem em um apartamento em cima do negócio da família: uma loja de bonecas. Ela odeia ficar na loja e as bonecas de porcelana, com seus olhos vidrados quase sempre a aterrorizam, mas Caymen entende que precisa ajudar a mãe a cuidar da loja. Entretanto, um dia um garoto, Xander Spence, entra por acaso na loja de bonecas e Caymen logo percebe que ele é um dos tipos ricos e arrogantes de que sua mãe sempre fala. Mas com o tempo ela tem a chance de conhecê-lo melhor e entrar em seu mundo onde as coisas vem fáceis, mas o preço que se paga nem sempre vale a pena.

Eu não queria que minha mãe tivesse algo contra ele. De algum jeito, o garoto conseguiu sair da caixa cheia de pessoas que eu já havia etiquetado como ‘inacessíveis’ com uma caneta permanente e se diferenciou. E agora, para minha irritação, sinto algum tipo de lealdade por Xander Spence.

Todos nós temos os nossos preconceitos, isso é um fato inegável da humanidade. Claro que alguns de nós tentam lidar com eles de maneira positiva, mas ainda assim crescemos sendo influenciados pelos nossos familiares e o universo ao nosso redor. Isso não é diferente para Caymen. No começo eu achei que ela era muito fechada em relação a pessoas de classe social mais alta, porém depois eu comecei a entendê-la melhor e perceber que, quando eu tinha a idade dela, também pensava certa coisas que hoje já não penso mais. Eu também tinha muitos preconceitos e só fui me livrando deles conforme fui amadurecendo e tendo contato com pessoas diferentes.

É exatamente isso o que o livro retrata. Pessoas amadurecendo e mudando de opinião. Crescendo e evoluindo o pensamento. É claro que a protagonista enfrenta alguns conflitos com a mãe conforme vai transformando sua visão do mundo, mas de novo, isso também aconteceu comigo. Por isso acho que eu consegui me identificar tanto com Caymen.

A escrita da autora já me era familiar por outro livro que li e gostei muito. O livro é Namorado de Aluguel que também saiu pela Verus Editora em 2016. Por isso também, que quando eu vi esse novo título sendo lançado, sabia que não poderia perder a oportunidade de solicitá-lo! A Distância que nos Separa segue a linha de um romance adolescente, mas como eu mencionei anteriormente, trata de temas que todos nós já passamos um dia ou estamos vivendo neste momento. Os personagens são de fácil identificação e foram muito bem construídos. Eu realmente peguei um carinho especial pela autora Kasie West.

Quanto a parte editorial, achei que a capa do livro, apesar de bonita, passa uma impressão um pouco diferente da proposta do livro, entretanto não encontrei quase nenhum erro gramatical e o livro é bem maleável e confortável para a leitura. A diagramação está bem bonitinha e segue a mesmo padrão gráfico do livro anterior da autora lançado pela editora.
A Distância que nos Separa é uma história rápida de ler, com apenas 237 páginas é possível finaliza-lo em poucas horas ou um dia. O enredo é leve, mas envolve o leitor de modo que o mesmo seja fisgado do início ao fim. É um livro perfeito para um público que gosta de um bom romance young adult, com ótimos personagens e uma mensagem linda.

  • The Distance Between Us
  • Autor: Kasie West
  • Tradução: Débora Isidoro
  • Ano: 2017
  • Editora: Verus Editora
  • Páginas: 237
  • Amazon

rela
ciona
dos