Olá, leitores do Estante Diagonal! Acredito que já conheçam um pouquinho do meu gosto literário e do que valorizo nas obras, o que nos leva para meus critérios de avaliação e construção de uma resenha. Estou trazendo isto à tona porque o livro do qual falarei hoje meio que confrontou esses pontos, desafiou meus conceitos e no final, infelizmente, me decepcionou.
Estudante de um colégio interno de freiras, Cassidy tem como mãe uma mulher que sofre de transtornos mentais e como pai um homem relapso que só paga as mensalidades da escola e nada mais. Como fuga da rigidez das regras do colégio ela se aventura em escapadas com sua melhor amiga Claire, como destino elas possuem boates e bairros perigosos, o importante é se divertir e dançar até os pés cansarem. Entretanto, é durante uma destas escapadas que ela conhece um cara barra pesada, se mete em confusão e precisa sair correndo para não ser pega e sofrer as consequências por seu ato impulsivo. Como se a loucura da noite anterior não fosse o suficiente, na manhã seguinte uma noticia terrível abala o mundo de Cassidy e a partir de então nada mais será como antes.
Prometo que irei tentar não entrar em detalhes e soltar spoilers em excesso, mas daqui para frente se você optar por seguir lendo é por sua conta em risco.
— Eu não tenho nada, Mason. Nunca tive, na verdade. Por isso faço do “nada” o meu “tudo”.
Cassidy tem apenas dezessete anos. Após receber uma noticia ruim, uma pessoa do passado de sua família irá a seu encontro e oferecerá um escape – que ela passe uma temporada em sua casa, longe dos problemas que a assolam. Como Deborah é uma desconhecida, Cassidy até hesita, mas por fim aceita, ao chegar lá ela se depara justamente com o filho de sua boa samaritana e o encontro entre ambos não é nada amigável e agradável, como resultado, Cassidy quer voltar para a escola imediatamente, por ser impedida acaba fugindo assim que encontra uma brecha e tal feito lhe custa outro trauma o que a traz novamente para o lar de Deborah, Mason e uma realidade criminosa, violenta e cheia de altos e baixos.
Reviravolta não me conquistou. Estou tentando encontrar palavras para descrever minha experiência de leitura e está difícil.
Primeiro vamos aos pontos fortes da obra, Kimberly possuiu uma narrativa envolvente, sua escrita é fluida e prende sim o leitor, mesmo que desde o início ele se incomode com algum aspecto do enredo, ela cria um suspense, um segredo que atiça nossa curiosidade e desperta nosso interesse em prosseguir lendo. O tema abordado é interessante, pode gerar várias vertentes bacanas e a autora acertou em alguns como por exemplo trazer alguém do passado de Mason para cutucar o casal protagonista, entretanto isto não foi o suficiente.
Você também se tornou o meu vício, (…). E era isso o que ninguém conseguia entender. Ele aplacava todo o vazio da minha alma. Mason tinha o poder de ser a cura para o mal. Era capaz de controlar as batidas do meu coração. Ele era tudo o que eu sempre quis.
Infelizmente o romance não convence, Cassidy é uma jovem infantil, de personalidade forte e determinada, mas que toma muitas atitudes inconsequentes e ridículas, Mason é agressivo, cruel, arrogante e então…está todo doce apaixonado e mais uma vez volta a fazer idiotices, se comportando como uma criança mimada, egocêntrica que quer todas as suas vontades atendidas sejam elas boas ou ruins, sem se incomodar em ferir os outros. Eles vivem em pé de guerra, ficam se provocando, sem nenhuma justificativa aparente. Foi chato, cansativo e sem química nenhuma. Outro ponto que me incomodou foi a forma “natural” como a autora tratou alguns assuntos, como se aquilo fosse aceitável, normal e cotidiano.
Mesmo possuindo uma escrita fluida e uma narrativa envolvente, a autora peca na construção e desenvolvimento do enredo, se estendendo em superficialidades e não se aprofundando nas emoções e história central. Ela meio que se perde e sai correndo nos deixando sem espaço para respirar e digerir os acontecimentos. São muitas as pontas soltas, detalhes importantes que ficaram sem respostas ou qualquer indicio de que irão ser solucionados nos próximos volumes, principalmente por se tratar de “coisas” que deveriam ter sido vistas de imediato. Enfim, não irei me estender mais.
É realmente frustrante vir até vocês com uma resenha “negativa”, mas realmente não fui conquistada, a obra não me agradou e não sei se seguirei lendo a série. Mas, como sempre digo: o único modo de você descobrir se gosta ou não de um livro, é lendo-o, então, se for da sua vontade arrisque, quem sabe você a enxerga de um modo diferente do meu.
Até a próxima! Beijos.
- Soul Rebel: Reviravolta
- Autor: Kimberly Mascarenhas
- Ano: 2016
- Editora: Leya
- Páginas: 400
- Amazon