Fazem menos de 150 anos que o mundo conhece a luz elétrica, antes disso, as únicas formas de iluminação eram providas da luz solar e lampiões, até que nos meados de 1880, o americano Thomas Edison inventou a energia em um sistema de corrente continua, era a primeira vez que o mundo via a luz artificial. O processo não foi tão simples e os gênios conhecidos hoje em dia talvez não fossem os verdadeiros heróis do processo.
O livro conta a história de Paul Cravath, um advogado contratado por George Westinghouse, o outro braço dessa briga. Westinghouse era o inventor da corrente alternada junto com cientista sérvio Nikola Tesla e Paul fora contratado para defender seu cliente dos processos abertos contra ele por Edison, que detinha, até então, a patente da energia elétrica.
Edison fez de tudo para o tipo de corrente criada por Tesla e Westinghouse ser desqualificada, mostrando que apesar de mais potente e de melhor qualidade ela era extremamente perigosa, chegando ao ponto de eletrocutar cachorros utilizando a corrente alternada dos concorrentes. Além da patente, Edison gozava de outra vantagem sobre a dupla: dinheiro. Ele era apoiado pelo maior banqueiro americano, J.P. Morgan. O que o dava mais poder para investimentos, reportagens e difusão da sua marca, que ele usava até mesmo para seus shows de horror com animais.

É em cima dessa batalha que o livro transcorre, explicando a história, pondo cada um dos inventores no seu lugar, mostrando a verdade sobre tudo que aconteceu para que as pessoas pudessem ter uma vida mais confortável, saindo da escuridão. É a partir desses inventos que hoje podemos ter toda essa gama de aparelhos elétricos de hoje em dia.

O livro é 90% histórico, com algumas inserções adaptadas. Ele foi concebido por escritos da época e explica todos os fatos decorrentes da Guerra das Correntes minuciosamente, o que torna a dinâmica dele um pouco arrastada. Para quem gosta de livros romantizados pode ter um pouco de dificuldade com a leitura e acha-la um pouco truncada, porém para pessoas que gostam de saber mais informações sobre assuntos antigos e fundamentais para nossa existência, ele é perfeito. Do meio do livro para o final o ritmo muda, a obra fica mais leve, envolvendo assuntos a parte, como um romance e tentativas de assassinato que ocorreram na vida real, fazendo a leitura ficar mais gostosa e até despertando a curiosidade em quem lê.

A cada início de capítulo, Graham insere um pensamento de alguma figura notável, desde Albert Einstein até Steve Jobs. Ao fim do livro existe de um capítulo à parte, onde o autor Graham Moore explica toda a história, falando o que foi inventado, o que ele adaptou e o que realmente aconteceu, além de informar como ficou a vida de cada um dos personagens após o desfecho do livro. Uma ótima conclusão para situar o leitor sobre sua obra e a ideia da sua licença poética.

Os Últimos Dias da Noite é o primeiro livro de Graham Moore que chega ao Brasil e deve agradar os leitores que amam enredos relacionados a brigas judiciais. Como o livro está mais direcionado aos fatos históricos, por ser inspirado em eventos e personagens reais, aqueles leitores que procuram algo mais focado em um romance, pode ser que esse livro não seja uma boa opção. Numa primeira impressão, a leitura parece ser difícil de engrenar, alguns capítulos até podem ser dispensáveis, entretanto, este livro conta a verdadeira história de como nossas noites ficaram iluminadas e como outras grandes invenções tecnológicas foram possibilitadas após isso. Sem dúvidas é uma leitura inteligente e que trabalha muito bem um importante recorte da época.

Saiba mais sobre Nikola Tesla

A Batalha das Correntes – 12:26

  • The Last Days of Night
  • Autor: Graham Moore
  • Tradução: Jorio Dauster
  • Ano: 2017
  • Editora: Companhia das Letras
  • Páginas: 440
  • Amazon

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