Bruno tem 9 anos e uma vida confortável em Berlim no ano de 1940. A situação muda quando ele é obrigado a se mudar para interior junto com a sua família por causa do trabalho do seu pai. O menino não tem muita noção do que ele faz ou é, mas sabe que é algo muito importante. Longe dos amigos, tendo que aturar sua irmã três anos mais velha, Bruno simplesmente odeia a nova casa. Como válvula de escape, ele começa a fazer algumas expedições pela floresta ali perto, na tentativa de encontrar uma fazenda que viu pela janela do seu quarto, onde todos parecem usar pijamas. Chega um dia que ele encontra uma cerca e um menino da sua idade do outro lado chamado Schmuel. E aos poucos ele descobre que ali não é exatamente uma fazenda, mas um campo de concentração nazista.
Conforme Bruno chegava ainda mais perto, ele viu que não era nem ponto nem mancha nem forma nem vulto, e sim uma pessoa.
O que me conquistou na escrita do John Boyne, desde a primeira vez que tive contato com esse livro, é a forma com que ele apresentou algo tão sério e difícil de ser tratado de um jeito único: através da perspectiva de uma criança ingênua em meio ao nazismo. No fundo, eu acho que o Bruno representa um pouco da descrença em como o ser humano pode ser ruim e como já pode ser muito tarde quando tomamos consciência disso.
O Menino do Pijama Listrado foi um sucesso mundial e, em 2008, foi adaptado para o cinema. Infelizmente, não recebeu o mesmo destaque que o livro, mas ao meu ver foi uma ótima produção que conseguiu ser muito fiel ao a história original e, inclusive, tendo Vera Farmiga (Norma Bates de Motel Bates) e David Thewlis (Remo Lupin de Harry Potter) no elenco.
Qual era a diferença, exatamente? – ele se perguntou. E quem decidia quem usava os pijamas e quem usava os uniformes?
- The Boy in the Striped Pyjamas
- Autor: John Boyne, Oliver Jeffers
- Tradução: Augusto Pacheco Calil
- Ano: 2017
- Editora: Seguinte
- Páginas: 328
- Amazon