O prequel, que, antecede os acontecidos dos livros anteriores, O Duelo dos Imortais, conta como as coisas eram no passado, antes da existência do protagonista da série Deuses do Egito, Amón. Aqui a autora Colleen Houck adapta em sua maneira o Mito de Osíris, da mitologia egípcia. Contando como aconteceu o romance entre Osíris e Ísis e como Seth se ressentiu dos dois e passou a ser o vilão da história.Descobrimos que nem tudo é o que parece e desvendamos em detalhes o que estava por trás dos pensamentos dos Deuses, que apesar de todo o poder que possuem, podem cometer erros, assim como os mortais.
Tenho que confessar que gostei bem mais de
O Duelo dos Imortais do que do segundo livro dessa série,
O Coração da Esfinge. Isso porque esse prelúdio foi bem mais agitado e emocionante, a história tem mais dinâmica e a facilidade de como a leitura fluiu me agradou muito mais, comparado a leitura truncada que foi o livro anterior, que para mim, se arrastou um pouco nos acontecimentos. É claro que, por ser mais curto, o livro teve um ritmo mais rápido, o que acaba contribuindo para isso.
O caminho mais fácil nem sempre é o melhor. A luta costuma fortalecer.
Nesse livro somos imergidos no Egito Antigo, quando os Deuses ainda caminhavam entre os mortais e onde tudo começou. Amon-Rá governava a Terra e entre os irmãos, Osíris, Isís e Néftis, o mais jovem, Seth, sofria por ser desprovido de poderes e assim era deixado de lado. Porém, um dia seus poderes despertam, e o que esperar quando um poderoso poder é marcado por tanto desprezo? O que esperar quando uma paixão não correspondida destrói tudo que há em um coração? Aqui, ficamos sabendo em detalhes de como Seth, munido de rancor e vingança, se tornou tão maléfico e tão poderoso.
Assim como todas as histórias da mitologia egípcia, essa está cheia de reviravoltas, tragédia e romances proibidos. Por isso mesmo que fiquei tão compenetrada no livro, do início ao fim. Finalizei a leitura em um dia e gostei muito de viajar ao passado e descobrir como as coisas se desenrolaram entre os Deuses e porquê deles serem como são, além do mais, O Duelo dos Imortais permite que matemos a saudade do universo criado pela autora.
Para mim, neste livro Colleen Houck retomou a emoção de sua escrita e soube usar o mito de Osíris de uma maneira fantástica. Li sobre a versão original do mito e achei que foram precisos apenas alguns ajustes para a história se encaixar na trama da autora. Ela soube dar personalidade aos Deuses, quase transformando-os em humanos. Seres que tem sentimentos e cometem erros. E que, além de tudo, se sacrificam por aqueles que amam. Encontrei novamente a magia da escrita de Houck nesse conto, me deixando extremamente empolgado para os próximos livros da série.
Quanto a editoração, eu gosto muito do trabalho da Arqueiro e com esse livro não foi diferente. As páginas são mais grossas, a capa é de tirar o fôlego e não encontrei nenhum tipo de erro. Acho lindo o efeito metalizado das letras na capa, remete muito aos tesouros do Egito e os detalhes refletem exatamente sobre o que a história aborda.
Enfim, quem já é fã da autora, vai se apaixonar por esse livro. Mesmo ele sendo curto, apenas 111 páginas, dá para mergulhar de cabeça neste universo e sonhar acordado com esses personagens apaixonantes. O Duelo dos Imortais também pode ser lido por quem ainda não leu nenhum livro da série Deuses do Egito, serve como uma fácil porta de acesso sobre o que os leitores poderão encontrar. Recomendo para quem ama uma boa fantasia com o toque místico da mitologia egípcia.
- Reignited
- Autor: Colleen Houck
- Tradução: Ana Ban
- Ano: 2017
- Editora: Arqueiro
- Páginas: 111
- Amazon