Felicidade Para Humanos é o primeiro romance do autor britânico
P. Z. Reizin.O livro foi lançado no exterior em 9 de janeiro, ou seja, a
Editora Record apostou no seu sucesso mesmo antes dele chegar ao público internacional. Em uma campanha recente promovida pela editora,
que eu já falei aqui no Estante Diagonal, alguns blogs tiveram a oportunidade de ler uma prova antecipada da versão em português que tem previsão de lançamento no Brasil em março deste ano.
O gênero do livro é uma comédia romântica, narrado em primeira pessoa por vários personagens. Um desses personagens é
Jen, que acabou de terminar um relacionamento que acreditava ser para a vida inteira de forma bastante abrupta. Ela é jornalista e trabalha em uma empresa de tecnologia conversando com uma inteligência artificial, o objetivo é poder aprimorar o sistema para lidar com humanos.
Aiden é esta IA, que já aviso logo de cara que não é um robô! Por favor, não confundam uma coisa com a outra. Ele está em um estágio de desenvolvimento tão alto que pode conversar sobre qualquer assunto e até dar opinião sobre eles. Além disso, ele tenta esconder dos humanos que está começando a ter sentimentos e uma consciência praticamente humana. Diferente de muitas IA, que nós estamos acostumados ver em filmes, Aiden não quer destruir o mundo. Na realidade, ele é bastante romântico e talvez um pouco vingativo – ele faz o ex-marido de Jen sofrer bastante por ter ferido os sentimentos da sua “pessoa favorita”. Em determinado momento, ele resolve dar uma de cupido cibernético e decide arranjar um parceiro ideal para Jen.
Máquinas não devem ter favoritos. Não me pergunte como isso aconteceu.
Só que Aiden não é a única IA que conseguiu escapar dos computadores da empresa para se aventurar no mundo humano. Um pouco mais comedida, Aisling também parece ter um humano favorito e que ela gosta de espiar, mesmo sem saber o porquê. Tom é um ex-publicitário divorciado de meia idade e que resolveu escrever um livro que ainda nem sabe sobre o que será. Aisling fica muito preocupada com as intervenções de Aiden no mundo humano, pois a qualquer momento os desenvolvedores podem descobrir que eles escaparam e podem deletar eles para sempre. O livro ganha bastante ação para o final, quando uma terceira IA surge e decide estragar a qualquer custo os planos de Aiden e Aisling.
Antes de qualquer coisa, queria pedir desculpa pelo exemplar estar um pouco surrado nas fotos. Eu fiquei tão animada em ler o livro por ter um pouco da pegada do filme HER (2013) – que amei na época que vi -, que achei que era uma boa ideia ele me acompanhar na viagem de final de ano, isso até ele cair na água. Doeu bastante no meu coração. Mas ainda assim deu para ler direitinho. Só ficou esteticamente feio.
Acredito que os fãs mais fervorosos de ficção científica e que entendem mais sobre tecnologias podem achar algumas questões do livro um tanto surreais. Mas como eu disse logo no começo, o público alvo é quem curte uma boa comédia romântica, despretensiosa e divertida. Além dos personagens que citei a cima, o livro tem mais outros que também compõem a história tendo um capítulo ou outro onde trazem o seu ponto de vista dos acontecimentos, ampliando a perspectiva do leitor.
Eu gostei bastante da forma com o P. Z. Reizin escreve e o tom que deu para história trazendo muitas cenas engraçadas. Mesmo assim, ele ainda reservou espaço para falar sobre algumas questões que podem ser até consideradas filosóficas, como a vida e a morte, a ideia de consciência, a idealização do amor, entre outros assuntos. Nada muito profundo, mas o suficiente para nos fazer pensar e refletir sobre.
Sabem o que é o mais legal? Além do livro estar chegando no Brasil com uma diferença bem pequena da data de lançamento internacional, os direitos de adaptação cinematográfica de Felicidade Para Humanos foram comprados e terão os mesmos produtores de O Diabo Veste Prada, As Aventuras de Pi e Marley & Eu. Eu já estou aqui louca pensando em como o cinema representará as inteligências artificiais. Então, fiquem de olho que algumas livrarias já começaram a pré-venda do livro.