Há dez anos acompanhamos os desafios, dores, conquistas, aventuras e amadurecimento de heróis cujos poderes são tão únicos e peculiares quanto o próprio universo. Ao longo de uma década a Marvel Studios surpreendeu e conquistou uma legião de fãs que, em sua diversidade, ressalta o poder de uma história de super-herói. Após compreendermos as características e personalidades de cada personagem, conectarmos suas histórias, permitindo a interação e interferência no destino um do outro, finalmente atingimos o clímax, o momento em que Thanos, talvez o maior vilão do universo Marvel, finaliza sua busca pelas gemas do infinito.
Embora interligue de maneira flexível e habilidosa a trajetória de uma quantidade considerável de personagens, a maior constante, o ponto central de Vingadores: Guerra Infinita encontra-se na figura de Thanos, o grande titã. O passado do vilão vem à tona em diversos momentos do longa, sua relação conflituosa com a filha Gamora é explorada de forma tocante, as escolhas e motivações do personagem destacam a inegável dualidade, ou talvez irracionalidade racional, de suas ações, tencionando a justificar sua busca e desejo pela reunião e posse de todas as gemas do infinito.
Thanos, e aqui me aproprio e amplio as palavras da criadora do Estante Diagonal, não se trata de outro vilão, de um desafio a ser enfrentado pelos heróis que salvam o dia, mas é, definitivamente, um personagem cuja profundidade e características o transformam em figura de destaque para todos os eventos que irão se desenrolar a partir deste filme. Este filme é dele e sobre ele.
Todos os eventos, ações e escolhas de cada personagem destacado para compor o time de peso apresentado no longa, levam em consideração as consequências sombrias das ações de Thanos. Desta forma, em meio a uma atmosfera obscura e opressora, inicia-se uma corrida contra o tempo. Personagens se encontram e desencontram, unem forças e seguem lado a lado com o intuito de impedir o vilão, proteger uma das gemas do infinito, alistando-se a guerra que atinge os mais diversos pontos do universo. Neste contexto, ações são interligadas, escolhas interferem no destino de outros personagens e, cada um destes heróis possuí a oportunidade de realizar uma ação crucial, destacar-se em cena, ressaltando pontos, características e personalidades que os tornaram tão queridos pelos fãs.
Vingadores: Guerra Infinita apresenta um ritmo acertado, uma atmosfera opressora pouco explorada em outros filmes do universo Marvel. O longa acerta o tom ao inserir batalhas e conflitos a todo momento, a guerra atinge o íntimo de cada personagem, obriga a tomada de decisão, destaca as dores, o sofrimento, as perdas e sacrifícios de cada herói, surpreendendo o espectador com cenas tocantes, trágicas, repletas de uma beleza obscura. Embora apresente baixas surpreendentes, bem como algumas já esperadas, o longa abre espaço para diversas possibilidades, permitindo a criação de teorias e conexões com filmes já anunciados pela Marvel Studios.
Com o lançamento de Guerra Infinita, a Marvel Studios arremata todos os acontecimentos anteriores, cada evento e escolha, demonstrando as devidas consequências, destacando um novo rumo para nosso adorado universo expandido. Uma nova fase inicia-se, as possibilidades nos deixarão ansiosos pelos próximos capítulos desta história e pela confirmação das teorias que não cessam em nascer, quando da reflexão, debate e revisão de cada elemento apresentado neste filme.
Por meio da união de personagens, da conexão entre eventos, escolhas e ações de diversos filmes anteriores, através da criação de uma atmosfera sombria, do amadurecimento de personagens e narrativas, encontramos um verdadeiro filme de super-heróis. Aqui sacrifícios são necessários, baixas serão cruelmente sentidas, mas em meio as chamas da guerra, percebemos os resquícios de esperança e a certeza de que, em sua nova fase, inegavelmente consolidada, a Marvel não deixará de encantar aqueles que ousarem adentrar seus domínios.
Avengers: Infinity War
Lançamento:
2018
Com:
Robert Downey Jr; Chris Hemsworth; Mark Ruffalo