Xan é uma simpática bruxa que vive na floresta e que ao contrário do que as pessoas do Protetorado pensavam, anualmente vai até as proximidades do vilarejo para salvar uma criança, que é abandonada por uma família. A bruxa, apesar de repudiar a atitude dessas pessoas, nunca questionou ou teve a curiosidade de saber o porquê daquilo acontecer, afinal, aquela cidadezinha possuía uma nuvem tão grande de tristeza, que todas as vezes, ela se limitava a pegar a criança e sair o mais rápido dali.As crianças abandonadas eram levadas por Xan às Cidades Livres, onde recebiam uma família amorosa e um lar. Essas crianças eram conhecidas como Crianças Estrelares, pois, durante a longa viagem até um novo lar, Xan dava as crianças luz das estrelas para alimentar as barriguinhas famintas. Entretanto, um belo dia, a bruxa acaba cometendo o grande erro de dar a uma criança a luz do luar para beber, o que gera um grande problema a ela. Não podendo mais entregar essa criança a uma família “normal”, Xan, junto com seus amigos Glerk e Fyrian, vão criar essa menina, que receberá o nome de Luna.
Deixaram a menina ali sabendo que certamente não existia bruxa alguma. Nunca existira bruxa. Havia apenas a floresta perigosa e uma única Estrada e um controle tênue de uma vida da qual os Anciãos gozaram por gerações.
A Garota que Bebeu a Lua é um livro infanto-juvenil, lançado esse ano pela Editora Galera, que tem como pano de fundo, uma história de fantasia, com magia, bruxas, dragões e ogros, mas que aborda questões muito profundas como verdade, justiça, amor e política. O que mais me chamou atenção no livro foi justamente a maneira como a autora abordou a política na história, em que um governo corrupto e mentiroso, manipula a população e a mesma nada faz para mudar isso, se torna apática.
O coração da menina estava sendo atraído pelo coração da avó. Será que o amor era uma bússola.
A escrita da autora Kelly Branhill, além de ser muito leve e instigante, também possui sutilezas que agradam bastante. Durante o livro, podemos apreciar não apenas a prosa, como ainda a poesia, o que é super agradável e deixa a leitura ainda mais leve. A autora também diversifica em sua narrativa diferentes pontos de vista, ou seja, a cada capítulo nós acompanhamos a história por um personagem diferente. Isso brinca demais com a imaginação do leitor e suas hipóteses ao desenrolar do livro.
- The Girl Who Drank The Moon
- Autor: Kelly Barnhill
- Tradução: Natalie Gerhardt
- Ano: 2018
- Editora: Galera Record
- Páginas: 308
- Amazon