Hattori Mariko é uma garota destinada a um futuro totalmente planejado. Filha de um samurai reconhecido por todo o império e irmã do Dragão de Kai, ela é apenas um peça na ascensão da família ao poder: Mariko está com o casamento arranjado com um dos filhos do Imperador Wa. E durante sua ida à cidade imperial, seu comboio é atacado pelo Clã Negro, um grupo de mercenários e ladrões, mas ela consegue sair viva por um triz.
Sozinha, Mariko decide que deve honrar sua família e descobrir a verdade por trás do ataque ao seu comboio. Só assim ela poderá voltar para casa de cabeça erguida, mesmo que ainda houvesse
questionamentos sobre sua honra. Ela decide ir atrás do Clã Negro vestida como um garoto, como um simples camponês. Porém, o que ela não esperava era que o clã fosse bem diferente do que imaginava. Será que foram eles mesmo que tentaram mata-la? Ou existe algo maior em jogo?
A edição da Globo Alt está simples, mas muito bem trabalhada. Eu gostei bastante da capa, apesar de que poderia ter um tom um pouco mais claro de vinho. A narração está em terceira pessoa com foco em Mariko, mas com alguns poucos capítulos narrados por outros personagens.
Eu amei esse livro! Temos uma protagonista que foi bem cuidada a vida toda, isso para ter um futuro promissor ao casar com alguém de classe alta. Uma garota que nasceu em família prestigiada, sempre muito bem tratada e que nunca teve que fazer nada para ter a posição de privilégio, acaba em meio de um clã sombrio e perigoso. Isso é algo a se notar. Apesar das regalias da vida que levava, Mariko nunca foi uma garota ruim, apenas continha uma venda nos olhos por não ver as situações em que as pessoas viviam. Porém, ela sempre foi uma garota curiosa. Sempre estava atenta ao que os soldados e samurais de sua família faziam e os enchia de perguntas. Isso não era visto com bons olhos e com o tempo seu espírito foi sendo contido para agradar sua família. Honrar a família. Era para isso que Mariko servia.
Sabia que Nobutada queria que ela tomasse uma decisão. Que desejava que ela desse uma opinião, pelo menos. Que ela tentasse inutilmente de controlar o poder. Uma tentativa que Nobutada pudesse então arruinar, por ser mais velho que ela. Por ser homem.
Hattori Mariko é uma mocinha corajosa e forte. Não por possuir força física, mas por se aventurar em um possível bando que pode ter tentado mata-la. Tudo para levar os culpados a julgamento e trazer honra a sua família.
Uma coisa que muito me agradou foi o romance. Gostei do fato desse sentimento ter vindo primeiro na forma do ódio, pois nem tudo que vemos de primeira é a realidade. Mariko pode enxergar através desse primeiro sentimento muito mais do que imaginava. Outra coisa que me deixou feliz foi a relação dela com o irmão Kenshin. Parece regada com muito amor e carinho. Não temos vislumbres dos dois juntos no momento atual, mas através de suas memórias e sentimentos, podemos enxergar o que um representa para o outro.
Em primeiro lugar, você é uma pessoa. Uma pessoa negligente e tola, mas, mesmo assim, uma pessoa. Se eu algum dia disser que você não pode fazer algo, pode ficar tranquila. A última razão para que eu o diga será por você ser garota.
Tive muitas ilusões com essa história. Não ilusões de decepção, mas sim por não enxergar certas coisas e atos que iam acontecendo. A autora soube orquestrar essa trama muito bem e até agora estou chocada com o final que ela trouxe. Estou sem saber o que vem por aí. O que Renée Ahdieh nos preparará no próximo livro?