Tudo que Morgan Prager quer no momento é chegar em casa e continuar escrevendo sua dissertação. Ela é estudante de psicologia forense e está escrevendo sobre as mulheres vítimas de homens na internet e a sociopatia desses. O que ela nunca esperaria era chegar em casa e encontrar seus cachorros sujos de sangue e seu noivo Bennett morto. Pior, o encontrar morto de uma maneira grotesca. Morto por ataques de seus cachorros que sempre foram dóceis, mesmo que dois deles sejam da raça pitbull.

Como sendo a noiva de Bennett, ela é chamada para reconhecer o corpo. O que é estranho, pois os pais de Bennett não foram encontrados e não encontraram também nenhuma identificação do mesmo. Como isso pode ser verdade se Morgan sabia que os pais dele estavam vivos e moravam em outra cidade?

A história se complica mais quando Morgan descobre que Bennett mentiu sobre tudo para ela. Logo ela se envolveu com o tipo de homem que tanto estuda na faculdade? Agora ela quer saber mais e descobrir a verdadeira identidade de seu ex-noivo. Saber toda a verdade. Mas o que ela não esperava era encontrar situações que viessem fazê-la temer pela própria vida.

A premissa de A Mão Que Te Alimenta chama atenção e intriga, porém a execução, na minha opinião foi falha. O livro tinha um potencial incrível de nos nos envolver, mas se perde em momentos banais que não acrescentam em nada na história. Um exemplo, foi um encontro que Morgan teve depois de beber em um bar. Outro exemplo foi uma ida ao parque passear com o cachorro. E também uma ida até o mercado para comprar comida. Nada feito com um objetivo de criar um enlace que viesse a ser importante para a história. Esses detalhes acabam deixando o livro entediante quando a história em si deveria nos empolgar.

Sociopatas mentem com frequência. Sociopatas não se desculpam. Sociopatas acham que as regras não se aplicam a eles. Sociopatas acreditam que o que eles dizem se torna verdade. As únicas pessoas que suportam sociopatas por um longo período são as que eles próprios conseguem manipular. Sociopatas não tratam bem animais de estimação. Sociopatas quase sempre têm casos extraconjugais.

Não posso deixar de comentar também o fato de vários personagens aparecerem e sumirem depois. As aparições deles ficam apenas por pura conveniência. Eu esperava uma construção maior dos personagens, porém pouco foi aprofundado. Na minha visão, Bennett foi o único que foi mais explorado, já que Morgan estava atrás da história dele. Os outros e nossa protagonista, não o que é uma pena, pois o enredo realmente tinha potencial.

O desfecho sobre quem estava por trás de todo o mistério não foi uma surpresa, pois eu já vinha desconfiando. Pelo menos isso não é algo que me incomode. O que me incomodou foi a maneira de como foi apresentada a descoberta. Não senti aquela tensão. Infelizmente, foi uma leitura brochante. O livro tem partes boas, porém, como um todo não me agradou.

  • The Hand That Feeds You
  • Autor: A. J. Rich
  • Tradução: Marcio El Jaick
  • Ano: 2019
  • Editora: Record
  • Páginas: 266
  • Amazon

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