Warcross não foi meu primeiro contato com a escrita de Marie Lu. Já li os dois primeiros livros da sua Trilogia Legend, também lançados pela Editora Rocco, então estava muito empolgada em ler esse livro, pois eu adoro ficção-científica. Ainda assim, não posso deixar de dizer que parte dessa empolgação era receio, pois o segundo livro da Trilogia Legend não foi um bom livro para mim. Olha em que situação eu me encontrava! Será Warcross me conquistou?
Em Warcross, temos um mundo um pouco mais avançado por conta da invenção de Hideo Tanaka. Ele tinha apenas 11 anos de idade quando inventou uma interface cérebro-computador: a NeuroLink. Ele inventou um óculos que era capaz de se conectar com o cérebro humano, e, criar assim, mundos virtuais onde todos poderiam visitar, o Warcross. Um jogo de embate entre duas equipes, onde cada uma tenta roubar a joia da outra. A invenção revolucionou a indústria e ele se tornou umas das pessoas mais ricas e influentes do mundo.
Tudo é ficção-científica até alguém tornar um fato científico.
Emika Chen é uma dos milhões de usuários dessa interface, porém para ela não é apenas um jogo e sim um meio de sustento. Ela é uma ótima hacker e usa sua habilidade como caçadora de recompensas ao ir atrás daqueles que apostam ilegalmente no jogo, por isso ela usa um acesso para o Dark World, um mundo virtual ilegal. No entanto, ser caçadora de recompensas não anda lhe rendendo muito e ela precisa desesperadamente pagar o aluguel e comprar comida.
Em um momento de desespero, Emika Chen tenta hackear uma partida ao vivo de Warcross. Ela visa roubar um artefato existente dentro do jogo, mas ao fazer isso acaba acidentalmente entrando no jogo, que é visto por milhões de pessoas. Da noite para o dia ela vira uma celebridade. Ela esperava ser presa pelo que fez, porém o que acontece a seguir a deixa extremamente surpresa: o próprio Hideo Tanaka lhe oferece um emprego. Um emprego que vai usar muito bem suas habilidades como hacker.
Que emoção é esse livro! Eu gostei bastante de Emika Chen, pois é uma garota determinada e batalhadora. Lutando para sobreviver, ela teve que aprender cedo a se virar caso quisesse ter comida e um teto sobre a cabeça. Por este motivo, senti muita empatia por Emika e torci por ela com cada obstáculo em seu caminho. Acho que o único fator que me incomodou um pouco foi o toque de romance. Eu o achei um pouco rápido demais e um tanto vago. Não consegui encontrar uma conexão tão verdadeira entre os personagens envolvidos.
Para mim, o início de Warcross foi um pouco parado, porém a história vai crescendo, criando corpo a cada capítulo e uma nova descoberta de nossa protagonista Emika Chen. Quando notei, eu já estava bem envolvida na história e querendo desesperadamente a continuação, que já foi lançada aqui no Brasil, chamado O Jogador Coringa. Entre as reviravoltas existentes na leitura, uma das revelações que aconteceu no final de Warcross eu já desconfiava, porém uma nova revelação acabou sendo um choque para mim. Confesso que estou com muito medo do que pode vir no próximo volume. Tudo mudou e a probabilidade de ter muito mais confusão em O Jogador Coringa é muito maior.
Como disse no início, eu estava empolgada e receosa ao mesmo tempo com esse livro. Agora posso dizer que Marie Lu voltou a me conquistar. Com uma escrita leve e ao mesmo tempo carregada de tensão, a autora constrói o mundo de Warcross de maneira fascinante. Sentia-me imersa nas descrições dos jogos que aconteciam ao longo do livro e juro que ficava imaginando como seria maravilhoso um filme de Warcross, com todo o visual do jogo e dos personagens também. Você ainda tem dúvidas de que deve ler esse livro? Agora não tenha mais! Leia!
- Warcross
- Autor: Marie Lu
- Tradução: Regiane Winarski
- Ano: 2018
- Editora: Fantástica Rocco
- Páginas: 320
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