Sophie Kinsella é uma autora aclamadíssima, com mais de 40 milhões de livros vendidos e obras adaptadas para filmes. Quem vive no mundo literário ou gosta de ler romances, com certeza já deu boas gargalhadas com as histórias da autora. Seu gênero mais comum de escrita são os romances cômicos, com protagonistas femininas (o que, anteriormente, chamava-se de chick-lit), mas a Galera Junior (selo da Record para livros infanto-juvenis) publicou recentemente uma novidade: o primeiro livro infantil escrito por Sophie Kinsella. É claro que o Estante Diagonal não poderia ficar fora dessa, não é mesmo? Confira agora a resenha de A Fada Mamãe e Eu.
Para início de conversa, o livro é lindo. Ele tem um tamanho fofo, bem menor do que o padrão que estamos acostumados. Ou seja, ele é perfeito para as mãozinhas infantis. A história é toda ilustrada (por Marta Kissi) e tem letras bem grandes e espaços bem largos entre linhas, o que facilita a vida dos pequenos leitores. Minha única crítica sobre a diagramação e os detalhes da edição é que o livro não tem formatação justificada. Sendo assim, as linhas não terminam sempre no mesmo lugar. Óbvio que isso deixou minha lua em virgem bem incomodada – mas não estragou a leitura.
A Fada Mamãe e Eu é narrado do ponto de vista de Ella Brook (a “eu” do título), que é filha de uma fada. Mas não pense que é uma fada como estamos acostumados, com pó mágico e varinha tradicional. A mãe de Ella é uma fada moderna. Sua varinha é, na verdade, uma smartvarinha, com tela touchscreen e tudo mais. Todavia, nem toda essa modernidade é capaz de facilitar a vida da Fada Mamãe, que apesar de ser uma empresária muito bem-sucedida, é uma Fada BEM atrapalhada. Todas as suas magias dão errado, saem de controle e provocam risadas nos leitores. Mesmo assim, tudo que Ella mais quer na vida é crescer e ser uma Fada como sua mãe. Ela é, por enquanto, uma Fada-na-fila-de-espera. E vive ansiosa para fazer seus feitiços e ter sua varinha.
Hoje em dia, a maioria das fadas tem Smartvarinhas. Dá para acessar aplicativos, e-mails das fadas e até mesmo jogos. Às vezes, quando me comporto bem, mamãe me deixa olhar os aplicativos e os jogos. (Mas ela sempre desliga a função mágica antes).
O livro não conta uma história uniforme e em sequência, mas sim é um compilado de pequenos contos sobre as aventuras de Ella, sua mãe, seu pai, seu irmãozinho Ollie e seus amigos (Tom e Lenka). Além disso, Ella também tem uma “Não-Melhor-Amiga”, que é sua vizinha invejosa Zoe. Todos os pequenos contos têm em seus títulos nomes de alguns feitiços, o que faz tudo ficar ainda mais engraçado e bem construído. Para finalizar, o livro ainda tem um compêndio de brincadeiras no final – como caça palavras e jogo dos sete erros. Eu fiquei muito tentada a preencher tudo, apesar de não ser mais a faixa etária do livro há mais de 15 anos, rs.
A Fada Mamãe e Eu é um livro maravilhoso para o segmento infantil e com certeza agradará muito as crianças. Ideal para presentear aquele priminho que está começando a gostar de ler ou aquela sobrinha que torce o nariz para os livros. Também é perfeito para ser o “livro para o pai ler para o filho antes de dormir”, porque com a divisão em contos, dá para ler um por noite. Adorei a experiência de ver essa outra face da Sophie Kinsella e estou ansiosa por novas aventuras de Ella e sua mamãe Fada.
- Mummy Fairy and Me
- Autor: Sophie Kinsella
- Tradução: Marcela Filizola
- Ano: 2019
- Editora: Galerinha Record
- Páginas: 176
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