Artemis é a única cidade da Lua e ela pertence ao Quênia, porém tem suas próprias regras e leis. A cidade vive basicamente do turismo onde o comércio da cidade pode lucrar e gerar empregos. Mas nem tudo é luxo, pois para que a cidade funcione direito, existem centenas de trabalhadores que fazem a cidade se manter de pé.
A protagonista dessa história é Jazz Bashara. Ela veio da Arábia Saudita com seu pai para morar em Artemis quando tinha apenas seis anos de idade. Não lembra quase nada da Terra, então sente que ali é que é o seu lar. Muito inteligente, ela tem muita facilidade para aprender coisas relacionadas a ciência, com isso tem potencial para trabalhar em qualquer área bem remunerada em Artemis, no entanto Jazz se contenta em ser uma simples contrabandista.
Mesmo assim, o trabalho de contrabandista não lhe oferece o dinheiro que tanto quer ter. Ela procura trabalhar para o Sindicado de Atividades Extraveiculares (AEVs), porém acaba sendo reprovada na prova quando seu traje sofre danos quase a levando à morte. Então logo depois, surge uma oportunidade de ganhar muito dinheiro e isso vem de seu melhor cliente: Trond Landvik. Trond oferece muito dinheiro para que Jazz sabote a empresa Alumínio Sanchez, pois ele tem planos de comprar a empresa e apenas essa sofrendo algum ataque para que o dono queira vender.
Se Jazz aceitar, estará correndo um grande risco de ser deportada para Arábia e nunca mais voltar para a Lua. Além do fato de que, na Terra, ela não viverá bem por ter passado tempo demais na Lua. Sua vida estaria acabada. Será que todo o dinheiro oferecido por Trond valerá a pena?
É assim que a justiça funciona por aqui. Não temos cadeias nem multas. Se você cometer um crime sério, nós o exilamos para a Terra. Para todas as outras coisas existe Rudy.
Artemis me chamou atenção, em um primeiro momento, por eu já ter lido um outro livro do autor Andy Weir, chamado Perdido em Marte, que já teve uma adaptação para os cinemas, sendo indicado, inclusive, para o Oscar. Apesar de ter sido bem técnico, Perdido em Marte foi uma leitura interessante, porém em Artemis, acho que o autor se perdeu um pouco ao criar a personagem Jazz Bashara.
Nossa protagonista tem o sarcasmo como terceiro nome e isso foi inserido com um excesso que chegava a me dar nos nervos. Jazz não foi uma personagem por quem senti muita simpatia, o que me deixou bem triste, pois a protagonista merecia ser uma boa representante feminina na história. Não posso deixar de citar que Jazz é árabe, mas não se porta como uma em questão de costumes e cultura, então fica aquém a inclusão.
Outro ponto é que levei bastante tempo para terminar a leitura de Artemis, e ao terminá-la senti um gosto meio doce e meio amargo na boca. A história se desenrolou lentamente e teve momentos em que ficava realmente maçante. Só depois da metade, que a história deslanchou e passou a ficar interessante de verdade. Os momentos em que Jazz tramava para tirar a máfia da cidade, as revelações sobre o que era ZAFO, além do corre-corre nos momentos finais, fizeram Artemis ganhar alguns pontos que haviam sido perdidos no começo.
No geral, o livro não funcionou comigo, mas poderá te agradar. Leve em consideração que na minha opinião, Artemis tinha potencial para ser bem mais do que foi e trazer uma protagonista foda de verdade, além de um desenvolvimento bem menos tedioso no início. Ainda pretendo ler outros livros do Andy Weir que vierem a ser publicados aqui no Brasil. Torço para ser algo ótimo!
- Artemis
- Autor: Andy Weir
- Tradução: Alves Calado
- Ano: 2019
- Editora: Arqueiro
- Páginas: 304
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