O condado de Garner é uma sociedade misógina e desigual. Lá as mulheres, mais precisamente as garotas, são consideradas uma ameaça. Acredita-se que, por serem descendentes de Eva, todas as mulheres são pecadoras e possuem poderes obscuros. Por este motivo, ao completarem 16 anos, todas são mandadas para o Ano da Graça, um ano inteiro vivendo em um campo de trabalho com o único e exclusivo motivo de se purificarem enquanto estiverem lá.
Porém, nem todas voltam vivas de lá e as que voltam, voltam completamente diferentes. Mas é proibido falar sobre o Ano da Graça, porém Tierney, a sua maneira, está disposta a ir contra a correnteza e tentar achar um lugar só seu enquanto puder.
A leitura de O Ano da Graça é recomendado para jovens leitores que ainda não tiveram contato com livros como O Conto da Aia, Poder ou Vox, mas claro que isso é só uma recomendação, pois eu, apesar de já ter lidos todas estas histórias anteriores, fiquei muito surpresa em conhecer o livro de Kim Liggett. Acredito que o enredo criado pela autora apresenta problemáticas secundárias que causam mais identificação com o público jovem, porém com uma premissa central tão cruel e assustadora.
De forma geral, O Ano da Graça fala sobre resistência e como pequenos atos isolados fazem diferença e inspiram outras pessoas. Fala sobre sororidade e também retrata todos os complexos laços formados entre as mulheres numa sociedade que só as subjugam. Uma mensagem não tão diferente da realidade.
Os direitos autorais já foram vendidos para os cinemas e contará com a produção e direção de Elizabeth Banks, nossa eterna Effie Trinket e Jogos Vorazes. No canal falei mais sobre a minha leitura e sobre a importância desses livros para todas as faixas etárias. Espero que gostem!
- The Grace Year
- Autor: Kim Liggett
- Tradução: Sofia Soter
- Ano: 2019
- Editora: Globo Alt
- Páginas: 356
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