Os Tambores do Outono é o quarto volume da série de dez livros, Outlander, portanto, esta resenha conterá spoilers dos volumes anteriores. Sete dos oito volumes publicados nos Estados Unidos já foram lançados aqui no Brasil há muito tempo pela Editora Rocco, mas há algum tempo a publicação da série está nas mãos da Editora Arqueiro, que já publicou 6 livros, sendo que os 5 primeiros também foram lançados com capa da série de TV. O primeiro volume que apresenta essa história apaixonante é A Viajante do Tempo, e os títulos seguintes são: A Libélula no Âmbar, Os Tambores de Outono, A Cruz de Fogo, Um Sopro de Neve e Cinzas, Ecos do Futuro e Written in My Own Heart’s Blood. Os dois últimos livros ainda vão ser lançamentos lá nos Estados Unidos.
Confira as resenhas dos títulos anteriores
Claire e Jaime resolvem partir para a América. Assim, depois de uma longa viagem, eles chegam na América Colonial do século XVIII. Lá eles partem para a Carolina do Norte com o objetivo de achar um novo lar e encontrar Jocasta Cameron, tia de Jamie e dona de uma grande propriedade na região. Durante a estadia na casa da tia, Claire e Jaime terão que aprender a lidar com a nova realidade na vida do casal.
Já em 1969, enquanto o relacionamento de Brianna Randall e Roger Wakefield vai crescendo e se desenvolvendo, os dois buscam pistas sobre o que aconteceu no passado com Claire e Jaime. É assim que Roger encontra uma notícia sobre um incêndio que teria matado seus pais. Ele decide não contar a Briane para preservá-la, contudo ela já viu essa notícia e resolveu não contar ao namorado. Mas Bree não consegue lidar com esta notícia e decide que precisa ir atravessar as pedras de Craig na Dun e ir salvar seus pais.
Eu penso que a cada livro lido de Outlander vai ser cada vez mais difícil falar da leitura sem dar spoilers e sem se tornar repetitiva no quesito elogio. Desde a leitura do segundo volume, eu falo que a leitura dessa série não é para qualquer leitor. São muitos livros, praticamente todos com quase mil páginas e em muitos momentos a leitura é lenta e sem grandes acontecimentos. É claro que há um propósito para essa escrita detalhada da Diana, foi através dela que me apaixonei pela narrativa. Tudo que parece sem necessidade em um primeiro momento é retomado e ligado em outro acontecimento conforme avançamos na leitura.
Durante um tempo vamos acompanhar Brianna e Roger em outra linha temporal. Ver o relacionamento deles se desenvolver é ideal para o futuro da história, eu precisei disso! Além disso, é nesses momentos que ficamos sabendo das descobertas deles sobre o que aconteceu com os pais de Bree no passado. O que influencia é claro na decisão dela de tentar passar as pedras. Brianna se prova como uma mulher forte, assim como sua mãe, e o modo como ela encara os acontecimentos nesse livro é ora divertido, ora emocionante.
Você é minha coragem, assim como eu sou sua consciência – sussurrou ele. – Você é meu coração, e eu, sua compaixão. Sozinhos, não somos inteiros.
A vida de Jaime e Claire demora um pouco para estabilizar no Novo Mundo, e eles mais uma vez passarão por alguns perrengues. Esses dois não conseguem ficar longe de uma boa confusão! Eu fico sempre muito encantada com a lealdade e cumplicidade dos dois. E durante a narrativa um personagem conseguiu me deixar com tanta raiva, que desde Jack Randall, eu não me sentia assim! Oh homem mais inconveniente!
O mais legal aqui é ver que como as coisas são diferentes nos Estados Unidos, alguns posicionamentos de Claire e Jaime precisam sofrer uma mudança devido a isso. Estamos no auge do período escravocrata no Estados Unidos, no qual muitas fazendas tinham centenas de escravos trabalhando em condições horríveis. Diana não esquece desse tempo, e se dedica a ele uma boa parte do livro. É tudo muito bem fundamentado e apresentado na trama. A autora também não esqueceu dos índios que viviam nessa terra durante esse período e inclusive vamos ter acontecimentos importantes envolvendo uma tribo local. É de uma forma muito bacana e humana que essa parte da narrativa é desenvolvida e ligada ao contexto geral da trama!
Os Tambores do Outono foi um livro que balançou meu amor de fã. Até terminar a primeira metade da leitura, eu cheguei a pensar que a história tinha perdido seu gás e de que me decepcionaria com a narrativa pela primeira vez. Contudo, Diana Gabaldon me mostrou mais uma vez que não brinca quando o assunto é apresentar uma boa história. Meu amor por Outlander só cresce!
- Drums of Autumm
- Autor: Diana Gabaldon
- Tradução: Carolina Caires Coelho
- Ano: 2018
- Editora: Arqueiro
- Páginas: 880
- Amazon