Drácula, de Bram Stoker, é um romance de ficção gótica lançado em 1897. Nesses mais de cem anos, Conde Drácula, virou o vampiro mais famoso do mundo. Mesmo quem nunca leu o livro, teve algum contato com essa história, que serviu de inspiração para tantos outros livros e já teve muitas adaptações para as telas.
Talvez o que pouca gente saiba é que a versão de Drácula que conhecemos hoje em dia passou por mudanças em sua construção. Orientado por um editor, Bram Stoker fez cortes e alterações em sua ideia original, que possuía mais páginas do que contém hoje. Poucas pessoas no mundo tiveram o prazer de conhecer esses manuscritos suprimidos, e, durante muito tempo, perdidos. Dacre Stoker, sobrinho-neto de Bram, e o escritor J.D. Barker resolveram levar essa história a público, com uma roupagem nova e inspirada no texto original.
Então, acompanhamos Bram, uma criança frágil e que necessita de muitos cuidados. Ele e sua irmã, Matilda, estão sob os cuidados da misteriosa babá Ellen Crone. Certa noite, Bram está muito fraco e quase morrendo, seu tio é chamado para cuidar da saúde do menino, contudo, quem cura o menino é Ellen. Esse e outros misteriosos acontecimentos colocam em xeque a verdadeira identidade da babá, que se vê obrigada a ir embora. A história é dividida em dois momentos, o passado, através do diário, com Bram criança; e o presente, com Bram adulto, até o momento em que as duas narrativas se encontram. Além disso, cartas e escritos de outros personagens da trama também completam a história.
Algumas vezes, nossos medos mais profundos são aqueles que mantemos perto do coração. Você nunca deixou de acreditar, só parou de admitir que acreditava.
Eu preciso elogiar a escrita dos autores, que é sombria e cheia de mistérios, não ficando longe do clássico. A ideia de gerar dúvida sobre as experiências de Bram Stoker envolvendo vampiros é muito interessante, uma pena que essa ideia de história real ficou fora de Drácula. A estrutura narrativa está muito semelhante também. Apesar de termos uma nova trama, com novos personagens, os autores conseguiram manter o mesmo ar de mistério e suspense que o clássico.
Assim como em Drácula, esse romance segue a estrutura epistolar, assim, vamos acompanhar a narrativa através do diário do próprio Bram Stoker e de algumas cartas dos personagens da trama. O mais interessante aqui é que muito do que é narrado é com base na vida de Bram Stoker. É muito original sugerir que o autor teve contato com vampiros em sua vida real. Esse misto de realidade e ficção deixa a trama misteriosa e interessante. No começo da leitura, eu fiquei perdida para compreender como essa história estava ligada a Drácula, mas graças a uma nota dos autores, no final do livro, que explicam qual foi a ideia por trás desse livro, minhas dúvidas foram esclarecidas.
Confira a resenha de Drácula
Os autores foram tão bons na proximidade com o romance original, que até os personagens se aproximam. Eu só posso dizer que ao ler Dracul me senti muito próxima de Drácula. Acredito que assim como eu, todo fã de Drácula vai gostar muito de Dracul. Tudo que precisamos em um bom livro de mistério e suspense tem aqui, uma boa narrativa, trama envolvente, tensão nas cenas e um vampiro malvado sem defeitos.
- Dracul
- Autor: Dacre Stoker e J. D. Barker
- Tradução: Marcia Blasques
- Ano: 2018
- Editora: Planeta
- Páginas: 432
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