Ava está cansada de nunca ter sorte no amor. De ter aplicativos usando filtros para selecionar seus possíveis parceiros e assim, viver esbarrando em encontros desastrosos, vazios e estranhos. Ela é o tipo de mulher que acredita em amores reais, no sentimento e não quer ficar fadada ao mundo virtual. Depois de uma última experiência horrível, ela decide que quer dar um tempo de tudo, e parte para um retiro de escrita, a fim de focar em seu livro, concluir o seu romance.
O local não poderia ser mais lindo, fica no litoral da Itália, transmitindo mais que uma aura de alegria, e de inspiração. A mágica tanto do lugar, quanto do retiro se dá também ao fato de que todos os participantes devem seguir no mais absoluto anonimato, usar pseudônimos, proibidos de compartilhar qualquer informação pessoal. O foco precisa ser seus enredos, que eles possam se conectar com si mesmos, com suas inspirações, se conhecerem sem interferências externas.
Entretanto, o plano de Ava que era sim enfim concluir seu livro, vai por água abaixo quando ela conhece Holandês, um homem charmoso, que não se inscreveu para o retiro de escrita, mas que acabou parando ali por um acaso, com quem ela tem uma conexão instantânea, e passa a viver uma aventura apaixonada. Encantados um pelo outro e certos que podem continuar se relacionando na vida real, ao termino do retiro se despedem com saudades e promessas ficam no ar. Só que os filtros da vida real, do dia a dia, das expectativas, juntamente com as dificuldade e pequenos obstáculos que tendem a aparecer, irá testá-los ao limite. Fazendo com que duvidem se realmente são compatíveis, se o que sentiram um pelo outro será suficiente para suprir as diferenças e o todo ao seu redor.
“— Quero um cara que olhe pra mim… e eu olhe para ele… e que esteja tudo lá. Não precisamos dizer nada. Está tudo lá. Caio em um silêncio indistinto. Isso tem que existir. O amor tem que ser possível, porque, senão, o que nós todos estamos fazendo?”
Caros leitores, eu vou começar falando com vocês, que eu me descobri um pouco amargurada, quase uma antirromântica ao ler este livro, e muito diferente da leitora que eu era há dois ou três anos. Ler, Amar é Relativo, pra mim foi um desafio, uma leitura arrastada, cansativa e chata de uma maneira que eu realmente considerei abandonar a leitura, coisa que não fiz, pelo meu compromisso com o Estante Diagonal, e por não gostar de não concluir os livros.
Ava é o tipo de personagem que tem tudo parar gerar identificação com o leitor, é divertida, cheia de vida, disposta a se arriscar, e extremamente atrapalhada, sempre se envolvendo nas mais diversas situações absurdas e impensáveis. E ao mesmo tempo, uma personagem insuportável, incapaz de aceitar uma fala, opinião contrária à sua, birrenta. Os personagens de modo geral, são tão infantis, pareciam adolescentes e não os adultos que a história apresentou inicialmente. O que me leva a comentar o romance, ele não convence, eu não conseguia aceitar, que estava lendo e não estava sentindo absolutamente nada a não ser tédio. Primeiro que ele acontece em um piscar de olhos, e por mais que você dê continuidade na leitura, em nenhum momento ele te pega, ele te convence do contrário. Se fosse uma atração física, uma carência, eu entenderia, mas amor? Não convenceu.
“Eu o puxo para um abraço, fechando os olhos, enterrando o rosto em seu pescoço e relaxando. Pronto. Pronto. Às vezes, só preciso do cheiro dele. Do toque dele. De seu peito forte, das batidas de seu coração, de sua mão acariciando minhas costas. Tudo pelo que me apaixonei na Itália.”
Outro ponto que ainda preciso mencionar, é que as partes que eram para serem engraçadas, soaram tão absurdas, tão sem noção, que eu não conseguia entender a necessidade de ter aquilo no texto. E ainda teve o fato de todas as personagens femininas me darem preguiça, não me senti representada, não gostei de determinadas falas, insuportáveis, mal desenvolvidas.
Eu consigo enxergar um ponto positivo, a crítica que a autora faz sobre as tecnologias, e a interferência das redes nos relacionamentos atuais. Mas isso é um porcento em relação a todo um enredo. Talvez eu não seja mais o público alvo desta história, e por isso não tenha conseguido me envolver com a leitura, e absorver o que ela tinha a oferecer. Enfim… como eu sempre falo, o único modo de saber se você gostou ou não de determinado livro é lendo ele. Então se você tem curiosidade, o desejo de ler, leia. Até a próxima! Bye.
- Love Your Life
- Autor: Sophie Kinsella
- Tradução: Carolina Simmer
- Ano: 2021
- Editora: Record
- Páginas: 392
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