“Um suspense de ação que engrena desde a primeira página.” Foi assim que o livro me foi apresentado, mas após finalizar a leitura essa afirmação realmente viria a ser verdade para mim? Em partes sim, já em outras… não.

Já faz um tempo que tinha em mãos este título do norte-americano Michael Koryta contudo, devido a diversos fatores relacionados, sobretudo, à maternidade e aos afazeres domésticos, a leitura e sua consequente resenha demorou mais do que eu gostaria ou poderia esperar de um livro que deveria ter sido lido eras atrás. Mas, vamos lá que tenho uma coisa ou duas para partilhar com vocês a respeito da minha experiência com este que inspirou o filme estrelado pela eterna Angelina Jolie.

Aqueles Que Me Desejam a Morte foi publicado pela editora Trama e busca fisgar os leitores amantes de thrillers policiais experientes e de primeira viagem. A história gira em torno de Jace Wilson que, dentre todos os lugares e todas as pessoas de sua cidadezinha, tem o infortúnio de testemunhar um assassinato enquanto vislumbrava a escuridão do lago ao qual havia acabado de mergulhar.

Mas quem em sã consciência pularia de uma pedreira para uma gélida água no meio da noite? Nosso garoto aqui que buscava encontrar coragem para vencer o desafio feito por “colegas” de classe na escola local. Sim, extremamente juvenil e tola sua atitude visto que poderia levá-lo a morte certa. Com sorte, Jace fica vivo de seu pulo noturno, mas apenas para se aterrorizar duplamente pois na turva água jazia um cadáver e, para sua surpresa, mais um caía em sua direção. Como se não bastasse o encontro às cegas em dose dupla, Jace vê os assassinos no ato e em sua fuga desesperada acaba por abandonar todos os aparatos que poderiam identificá-lo! Desespero ou aquela “mancada” de adolescente? O que você faria se estivesse em seu lugar? Começa então a caçada pelo garoto e a fuga do mesmo.

Se ele estiver perto de um celular, de uma câmera de segurança, de um computador, de uma porcaria de videogame, acho que vai acabar sendo encontrado. Mas aqui… aqui ele é só uma coisinha de nada no meio da vastidão.

O autor segue sua história transportando o leitor para outro lugar, uma espécie de refúgio onde Jace, agora com uma falsa identidade num programa de proteção a testemunhas, encontra improváveis aliados e figuras que me cativaram de pronto. Ethan e Allison Serbin vivem nas montanhas e tem em mãos uma iniciativa valorosa de ensinar garotos delinquentes a sobreviver em meio a climas inóspitos e demais situações em que você só poderia contar, basicamente, com a natureza e sua própria inteligência. O garoto é inserido nesse programa em uma tentativa desesperada de escapar das mãos frias e calculistas dos assassinos da pedreira que, devido a seus contatos na polícia, acabam recebendo uma dica do paradeiro do menino.

A provável cereja em cima do bolo é a personagem Hannah Faber que vigia uma torre de incêndio em meio a floresta e que carrega uma bagagem emocional tão complexa quanto se poderia imaginar. Contudo, alguns elementos do livro chegaram a ser bastante óbvios e pude vislumbrar alguns dos acontecimentos antes deles acontecerem. Como, por exemplo, haveria um incêndio na floresta e Jace – com seu nome falso, que não revelarei para não estragar a experiência literária de vocês – acabaria sob seus cuidados na desesperada luta contra a sua vida.

Apesar disso, é justamente aí que a trama fica mais eletrizante e o suspense chega a fazer o coração palpitar com as inúmeras perguntas que surgem a cada página virada. Encontrarão o garoto? Ele conseguirá escapar? Os bandidos serão pegos ou viverão para cometer mais crimes hediondos?

Fazia um tempinho que eu não lia thrillers e este me surpreendeu positivamente, sendo uma boa dica para leitura de final de semana ou uma ponte entre diversas leituras. Apesar da história ter demorado um pouco mais do que gostaria para engatar, fazendo com que a experiência não fosse tão prazerosa para mim, recomendo bastante para quem gosta do gênero e, sobretudo, livros de Harlan Coben que, com suas diferentes peculiaridades, chegam a ser bastante semelhantes no quesito adrenalina. Agora me resta assistir ao filme e fazer aquela polêmica comparação entre as histórias!

  • Those Who Wish Me Dead
  • Autor: Michael Koryta
  • Tradução: Alves Calado
  • Ano: 2021
  • Editora: Trama
  • Páginas: 336
  • Amazon

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