A Casa do Dragão (1ª Temporada) | Crítica

11 nov, 2022 Por Alessandra Paccola

Aguardadíssima pelos fãs de Game of Thrones, House of the Dragon (A Casa do Dragão) estreiou na HBO no dia 21 de agosto de 2022 e desde o início já mostrou porque merece estar no ranking de melhores séries do ano. Dividida em dez episódios, a primeira temporada é a nova aposta de série de fantasia do momento e se destaca pelo viés político e tramas conspiratórias dentro de um universo fictício rico em detalhes.

A história, que se passa quase duzentos anos antes dos eventos de GoT, explora a dinastia da família Targaryen, quando os dragões ajudavam a governar Westeros. Em um ato inovador e inesperado, Viserys Targaryen decide nomear sua filha Rhaenyra como sucessora do trono de ferro, mas acaba despertando a ira e cobiça da nobreza, pois os costumes não permitiam que mulheres governassem os homens.

Sustentando sua vontade até o fim, o rei acaba enfrentando seus maiores aliados, enquanto conversa com sua herdeira a respeito de suas obrigações como futura rainha. Enquanto isso, acompanhamos a amizade da jovem princesa e Alicent, cujo pai é mão do rei e conspira para que a filha termine ao lado de seu suserano. Viserys, após várias investidas da moça, acaba se casando com a amiga de infância de sua filha e uma nova disputa pelo poder se inicia quando, anos depois, após o rompimento dessa aliança vinda da juventude, os filhos das duas mulheres se envolvem nesse jogo pela coroa.

A série traz cenários maravilhosos e um figurino impecável, além de bons atores que mantém com facilidade a suspensão de descrença necessária para “comprarmos” a ideia dessa fantasia, já que muitos telespectadores preferem tramas mais centradas na realidade àquelas que navegam pelo campo da imaginação.

Para deleite dos fãs de GoT, que esperaram mais em termos de computação gráfica de qualidade, nessa nova série os dragões são mostrados em diversas cenas, com toda maestria que merecem, incrementando ainda mais a trama política envolvida nessa história, pois domá-los traz nova força motriz para sustentar o pleito pelo trono, contestado incessantemente durante os vários episódios dessa temporada.

Outro detalhe é que temos uma troca de elenco ligeiramente abrupta, enquanto ainda estávamos nos afeiçoando com o elenco inicial, pois os dez episódios disponíveis correm contra o tempo para explicar o início do grande embate entre Rhaenyra Targaryen e Alicent Hightower. Mesmo que tudo pareça acelerado demais, ainda assim os “showrunners” souberam mostrar essa transição de maneira sutil, com apontamentos da passagem dos anos durante os diálogos.

Assim como em sua série precursora, House of the Dragon tem cenas bem pesadas de violência e vários personagens com caráter duvidoso, o que dá um sabor diferente para a trama, já que transitamos entre o amor e ódio por todos eles de acordo com cada episódio. Ainda assim, não chega perto da brutalidade de GoT, que, na minha opinião, acaba forçando a barra com excesso de situações em que seria dispensável tanto banho de sangue.

A Casa do Dragão explora a relação familiar dos Targaryen, com diversos tabus e escolhas perigosas, assim como as decisões e posições dos Hightower, tão sedentos pelo poder quanto seus opositores. Um verdadeiro deleite para quem adora um bom barraco e brigas que prometem mudar o curso da história, de maneira irrevogável.

Por fim, vale lembrar que a série é uma adaptação do livro Fogo e Sangue, lançado pela Editora Suma, escrito por George R. R. Martin, e que pode ser vista sem a necessidade de conhecer a trama anteriormente adaptada, pois são histórias que, embora se interliguem, permanecem independentes.

 

  • House of the Dragon
  • Lançamento: 2022
  • Criado por: Ryan J. Condal
  • Com: Paddy Considine, Matt Smith, Emma D'Arcy
  • Gênero: Drama, Fantasia
  • Duração: 59 minutos

rela
ciona
dos