Will Kempen é um garoto que tem sua vida virada de cabeça para baixo. Ainda na sua formação de vida jovem, Will perde tudo aquilo que lhe traz conforto e segurança e se vê obrigado a levar uma vida de árduo trabalho enquanto tenta sobreviver e arquitetar sua vingança contra aqueles que ceifaram a vida de sua mãe. Em contrapartida, temos Violet Ballard, uma jovem que busca alcançar o poder de um leão e a responsabilidade de ser marcada como tal.
Um mundo onde antes a magia reinava e agora desse antigo mundo restam apenas aqueles que buscam impedir o mal de renascer, conhecidos como Regentes, os guardiões da luz. E é assim que encaramos essa Londres de 1821, o local onde antes o maior mal governava a Terra com o auxílio de seu fiel — e inteiramente controlado — braço direito.
“Acho que o que as pessoas foram é menos importante do que aquilo que são. E que o que as pessoas são é menos importante do que o que poderiam ser.”
Nessa eterna luta entre luz e trevas, bem e mal, voltamos a nos deparar com a escrita fluida e interessante de C. S. Pacat, autora da trilogia Príncipe Cativo (já publicada no Brasil). Numa trama não tão intrincada, Pacat nos transporta para uma antiga Londres, movimentação de cargas e uma leve menção às viagens longas de navio. Como de praxe, o primeiro livro apenas abre algumas portas que são escancaradas nas últimas páginas, nos dando um gostinho de quero mais.
Nos entrega também aquilo que, nós, leitores de fantasia queremos ver: treinos, estudo de magia e lutas. Entretanto não faz com a maestria que Pacat normalmente entrega em segundos e terceiros livros.
Ascensão das Trevas é uma leitura leve e rápida com a promessa de uma boa criação de universo, subplots interessantes e um enredo que nos leva a crer no já conhecido — e apreciado — enemies to lovers. Como padrão em suas obras a autora aborda aqui a representatividade LGBTQIA+, assim como a dualidade do ser humano em não ser apenas bom ou mau. Com máscaras de personalidade e ideias errôneas sobre quem é quem na trama, mais uma vez Pacat me passou a sensação de que algo bom realmente vem aí, apesar das falhas que, a meu ver, deixam a desejar, como a real passagem de tempo, onde o leitor não consegue sentir e ver, apenas é mencionado e não notado.
Estou ansiosa com a continuação, querendo mais dos personagens dúbios e interessantes que, sem dúvida, essa autora consegue nos entregar sempre.
E você? Qual lado escolheria? Seria um Regente mantendo a luz acesa em meio à ascensão das trevas, ou seria aquele que viria para ofuscar e apagar todas as luzes? Escolha seu lado nessa fantasia.
- Dark Rise
- Autor: C. S. Pacat
- Tradução: Mariana Kohnert
- Ano: 2022
- Editora: Galera Record
- Páginas: 448
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