Um livro que você começa sem nenhuma expectativa? Aquele em que você acha ser mais um clichê? Então, você o pega e se senta em seu sofá e diz que vai ser apenas mais um passatempo? Desculpa te desiludir, este livro definitivamente não é assim.
Quando comecei a ler Crow era com um único objetivo: entender os acontecimentos cronológicos para, então, ler o terceiro livro da série, chamada Boston Underworld. Isso não significa que é obrigatório ler na ordem (embora seja muito melhor), eu apenas sou esse tipo de leitora que não gosta de deixar nada passar.
Como comentei acima, comecei este livro sem expectativa alguma e fiquei tão surpresa por me sentir eufórica com a leitura. Crow conta a história de Mackenzie, uma garota supostamente normal, e Lachlan, um mafioso irlandês. Mackenzie, ou Mack, teve um amadurecimento meio difícil e por conta disso torna-se uma pessoa muito forte. Ela é uma garota divertida, determinada e extremamente leal aos seus.
Quando sua melhor amiga e colega de apartamento, Talia, desaparece de repente e enxerga nos policiais nenhuma motivação para a encontrar, Mack decide que deve ser ela a fazer o trabalho sujo. Ela queria descobrir o que aconteceu com a amiga e ao mesmo tempo, conseguir provas para levar a polícia. Com sua beleza e habilidades de luta, ela se infiltra no clube da máfia irlandesa onde Talia trabalhava. Lá ela atua como dançarina enquanto faz a sua busca.
“Meu coração está fazendo aquela coisa estranha no meu peito novamente. Ele está olhando para mim como se ele não pudesse acreditar que eu sou real. E eu não sei por que isso me afeta muito, mas ele faz isso.”
– Mackenzie.
Parecia algo bem simples, na verdade. Ou ao menos, foi isso que Mack pensou antes de conhecer Lachlan. Crow, como é mais conhecido, é um homem cheio de mistérios, bastante calculista e assustador. Ele não confia na garota que veio pedir um emprego e tem sérios maus pressentimentos sobre essa chegada. Apesar disso, Lachlan não consegue bloquear a atração que sente pela mulher.
Ambos, atraídos loucamente, quase esquecem suas maiores prioridades. A paixão entre eles inicia como um jogo de sedução, que calmamente vai se elevando e entregam-se fortemente ao que sentem. E ainda que haja esse romance totalmente envolvente, com muita química devo dizer, a trama não se sustenta apenas nisso. Por ser um livro que aborda a máfia, a autora trouxe um pouco de tudo e é justo imaginar que você encontrará um pouco de sangue, batalhas, traições, aliança com outras máfias, etc.
Ao meu ver, o tema da máfia é bem argumentado. Os conflitos em si são bem estruturados e há muito suspense também, em que o leitor tenta entender e desvendar e acaba surpreendido. Vale ressaltar que a construção dos personagens secundários permite o desejo de querer conhecer e ler os livros de cada um deles. E os diálogos são bem estimulantes e divertidos.
“Você sabe que vou matar qualquer outra pessoa que tocar você, Mack. Basta lembrar disso.” – Lachlan
Ainda estou terminando a série, mas de todos os outros livros, este chega a ser o que apresenta uma narrativa mais suave. Muita gente diz que está na categoria de dark romance, mas até mesmo para mim — que não está acostumada com esse gênero —, senti que foi uma leitura envolvente e leve em relação às sequências. Se eu tiver a oportunidade faço a resenha dos outros livros, mas devo deixar claro o quanto fiquei chocada.
Crow para mim, foi um livro gostosinho e ótimo para sair da ressaca, adorei ter lido. Sua história não é extraordinária ou revolucionária, é tudo aquilo o quanto já conhecemos, mas acredito que a autora soube trabalhar bem para tornar a história interessante. Além de que, a própria escrita de A. Zavarelli é bem agradável e foi meu primeiro contato com ela.
Como todo livro tem seus altos e baixos, eu fiquei um pouco desanimada com o final e um acúmulo de coisas que meu lado racional não engoliu. Foi uma sucessão de eventos que pareciam uma maratona de tão ridículos. Eu só digo algo: Mandy e Donny. E meu cérebro fica sem reação. Quem ler vai entender essa parte. Algumas confusões que precisavam de melhor explicações, mas tudo bem, pois continuo guardando boas lembranças.
- Crow
- Autor: A. Zavarelli
- Tradução: -
- Ano: 2016
- Editora: Createspace
- Páginas: 308
- Amazon