Em Tár acompanhamos a trajetória de Lydia Tár (Cate Blanchett), a primeira maestrina da Filarmônica de Berlim enquanto ela se prepara para gravar, com a orquestra, a desafiadora Quinta Sinfonia de Mahler. Como uma pioneira, Lydia lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens enquanto concilia trabalho e família. Porém, seu caminho até a fatídica gravação está sendo percorrida com alguns percalços que podem ter um fim diferente.
No começo do filme tive duas impressões sobre Tár, a primeira envolve sua postura, o que pode e deve ter vindo de sua formação acadêmica, e outra foi o ar de superioridade. A entrevista no começo, após notar um detalhe, me deu um ar de ensaiada o que incomodou um pouco. Porém, o ponto onde tratam sobre a questão de título por gênero é bem interessante e me levou a pensar tanto nessa questão que tem sido levantada atualmente sobre a linguagem neutra, quanto a possibilidade de se criar novas palavras para não generalizar tudo em um único gênero.
Uma coisa que notei é que todo filme que envolve regência, música, orquestra e afins, ou o personagem principal é um lixo de pessoa, sendo um ser literalmente ruim, ou é uma pessoa, até certo ponto, dono de uma autoestima incrivelmente alta e de uma confiança extrema. Notei essa segunda colocação em Lydia Tár, principalmente quando ela diz que nunca lê nenhuma resenha sobre suas apresentações.
Não tem como negar que Tár é cem por cento compromissada com seu trabalho e, acredito que, como todo regente, ela busca a perfeição também para passar o que está dentro de sua cabeça e o que ela planejou em suas apresentações. E juntamente, lembro de um personagem ter mencionado a questão de que, com o tempo algumas pessoas se tornam sensíveis a barulho, e logo após isso, isso começa a ser um fato para Tár.
Devo assumir que em diversos pontos da narrativa me senti um pouco perdida e deslocada em grande parte do filme, tanto porque resolvi ver o filme as cegas, sem ler sinopse nem nada, mas também para não me influenciar por resenhas alheias, mas isso não foi o suficiente.
No final, minha humilde opinião é de que, Tár só existe por conta de Cate Blanchett e de seu potencial ao Oscar através de sua atuação. Não acho que leve as principais categorias, (lembrando que o filme foi indicado nas seguintes categorias, Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia e Melhor Montagem) mas se pudesse apostar, apostaria em Melhor Fotografia.
Tár é um filme com um propósito grandioso, com músicas incríveis, porém peca no roteiro, na montagem e em fazer uma história com um grande propósito, com uma ótima atriz no papel principal, ser chato, longo e sem sentido.
- Tár
- Lançamento: 2023
- Com: Cate Blanchett, Mark Strong, Sophie Kauer
- Gênero: Drama, Musical
- Direção: Todd Field