Celebração Mortal – J.D. Robb (Nora Roberts)

Seria possível um caso a lá Suzane Von Richthofen aparecer no futuro, em plena Nova York? É o que tudo leva a crer quando um casal é encontrado brutalmente assassinado e as pistas do crime indicam que quem cometeu todo aquele horror foi o próprio filho.

Este é o 37º volume da série Mortal, escrita por um dos pseudônimos da magistral escritora Nora Roberts. Para vocês terem uma ideia de onde esta série acaba de chegar, estamos no ano 2060, em plena Nova York, cheia de mudanças tecnológicas que também influenciam na polícia e em seus habitantes. Este é um dos principais pontos que mais me faz admirar “Mortal”. Ter conseguido avançar no tempo, sem grandes discrepâncias da realidade, e com detalhes que ajudam a mostrar como é o mundo nesta época.

Não será apenas o crime que irá balançar a vida da Tenente Dallas. É dia de Ação de Graças e a família do seu esposo irá visitá-los. Acho que nenhuma mulher gosta de servir à família do marido, quanto mais recebê-los como visita e ter que fazer sala na sua casa, perdendo completamente o conforto e a privacidade.

Além do crime e da família do seu amado, tem mais uma coisa que aparece para balançar as estruturas da incrível Eve: ela vai receber uma condecoração. E eu consigo entender perfeitamente ela, ficar em evidência, pensando em ser julgada pelos outros, atrair olhares de quem não deseja o nosso bem. São tantas coisas que podem fazer a vida perfeita que ela leva começar a ruir, que eu também não ia querer tudo isto. O fato é que Eve já quis aquele prêmio, já merecia ele muitos anos atrás, mas hoje está mais madura, tem muitas outras coisas com o que se preocupar, e tudo isso será abordado pela autora Nora Roberts.

Acho muito interessante como ela sempre consegue colocar em cada um dos volumes que já escreveu (e lá nos EUA já são mais de 50), um debate sobre comportamento. Provavelmente por isto vemos Dallas como uma personagem tão humana, nos identificando com suas escolhas e a maneira como ela está acostumada a lidar com tudo à sua volta.

Ver sua evolução, com o passar dos anos e dos volumes, é um presente, ela foi se tornando cada vez mais coerente, mudando de personalidade, se apaixonando, ficando mais inteligente e criando algumas animosidades.

Se a parte da personalidade já é perfeita, quando mergulhamos no crime tudo fica igualmente delicioso. Celebração Mortal é cheio de ação, é o que dita seu enredo inclusive, encaixando os outros detalhes da trama em rápidos intervalos para respiro. Eve mergulha nas investigações e nós vamos acompanhando a fuga do assassino, cometendo cada vez mais crimes e deixando todo estresse da tenente no limite.

As cenas são aquelas que gostamos, cheias de emoção, sangue e barbárie, fazendo o leitor sentir na pele tudo que a querida personagem está passando e torcendo cada vez mais para que de tudo certo e ela consiga permanecer viva para comemorar sua glória com a família no dia de Ação de Graças, com ou sem medalha honrosa.

Não li todos os volumes lançados por aqui, li o primeiro, o quarto, os últimos oito e alguns no meio de tudo isto. Portanto não há necessidade de ler em ordem. Já tive como objetivo literário ler toda essa série de cabo a rabo, tendo a certeza de que ela nunca deixará de chegar por aqui, e que quando a escritora decidir terminar com ela, irá fazer algo tão especial que abalará as estruturas literárias do mundo inteiro.

Mas é difícil pegar todos volumes e ler em um ano só, isso faria com que 20% das minhas leituras, no mínimo, fossem de Nora e da série, tenho medo de cansar e até de passar a odiar a personagem que tanto amo. Mas ainda acho que em algum momento da vida eu encare este desafio. O que eu nunca deixo de fazer é ler os livros que estão saindo, todos novos já estão aqui em casa e assim que são anunciados eu já faço a compra.

Em novembro do ano passado já foi lançado, inclusive, o volume trinto e oito chamado “Esconderijo Mortal”. Não vejo a hora de saber o que ela preparou!