Bom, pra começo de conversa, eu realmente não me recordo de como esse livro foi parar na minha lista de 30 livros antes dos 30. De início, eu Andressa, observando a capa, imaginei algo mais perto de A Batalha do Apocalipse do Eduardo Spohr, mas aparentemente, eu estava errada.
O prólogo de Deuses Caídos me deixou bem confusa, pois um acontecimento ali, ou a forma como ele aconteceu, me deixou perdida na cena. O livro começa nos apresentando um pouco de cada personagem que devem nos acompanhar ao longo da história, já o resto do livro segue nos atropelando com seus acontecimentos e reviravoltas.
O livro Deuses Caídos é uma fantasia urbana sobrenatural, e nos traz Cipriano, um padre fora do comum, um humor diferenciado e gostos que contradizem seus “dogmas”, e Julia Abdemi, uma jovem inspetora da Polícia Civil da cidade do Rio de Janeiro, que não é uma pessoa… ‘‘comum’’. Juntos Cipriano e Abdemi devem ajudar a polícia do Rio a resolver um caso onde um assassino em série está realizando seus assassinatos, transmitindo tudo em formato de live pelo YouTube, e o público através de suas telas, “decidem” o destino das vítimas que foram escolhidas a dedo, por estarem ligadas a uma religião, porém, não corresponderam ao esperado dentro de suas fés.
Para resolver o caso ― e sobreviver ―, os dois precisarão de toda ajuda que puderem encontrar, o que inclui se unir a uma súcubo imortal, Gi Jong, um cara particularmente… quente e um gárgula que é a síntese da sociedade carioca.
O livro nos traz nomes, personagens, criaturas, seres de diversas religiões e crenças, e, levando em consideração, tanto para sua aparição “física” quanto para sua mera existência, a própria cidade do Rio de Janeiro, as construções, a vida agitada, as personalidades de uma cidade cheia de pessoas diferentes, com pensamentos e crenças diversas.
Temos uma sociedade religiosa, a polícia do Rio de Janeiro, criaturas místicas, o cenário da “Cidade Maravilhosa”, em busca de um autointitulado novo messias, que tem como objetivo chamar Jesus para uma DR e ascender ao trono em seu lugar.
Meu único aviso aos leitores são as cenas fortes contidas aqui, pois Gabriel Tennyson não segura a mão nas cenas que poderão conter tortura e outros tipos de violência, então quem não tem estômago para cenas fortes, leia com cuidado!
Confira outra opinião sobre Deuses Caídos, de Gabriel Tennyson
O livro em questão me surpreendeu bastante do começo ao fim, o desenvolvimento dos personagens é bem construído, os cenários não me deixaram perdida, mesmo eu não conhecendo o Rio, não me senti deslocada. Os ambientes que tem a intenção de serem claustrofóbicos são de fato claustrofóbicos, os questionamentos em torno da palavra vítima nos deixa encafifados a todo momento, nossa moral como julgadores, no caso dos escolhidos pelo assassino, nos faz pensar em se podemos/devemos ter em mãos o poder de tomar decisões sobre os “castigos” aplicados em pessoas que podem não terem sido tão boas ao longo de sua vida, o que nos dá esse direito?
Deuses Caídos foi uma ótima pedida para esse início de 2024, me surpreendeu do início ao fim e recomendarei sempre.
- Deuses Caídos
- Autor: Gabriel Tennyson
- Tradução: -
- Ano: 2018
- Editora: Suma
- Páginas: 288
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