Uma Rua no Brooklyn – Jenny Jackson

Sasha Rossi acaba de se casar com Cord. Ele é rico, mas quando eles se conheceram, ela não sabia. Agora, parte da família, ela passa a morar com o marido na casa em que ele e as irmãs cresceram. Morar na Pineapple Street, no Brooklyn, é um sonho para muitos residentes de Nova York, mas uma realidade apenas para poucos, como é o caso da glamorosa e bem relacionada família Stockton. Contudo, dentro dessa nova realidade, Sasha se sente uma intrusa. Para ajudar esse sentimento, as irmãs do esposo acham ela uma interesseira. Sasha vai precisar, aos poucos, mostrar o seu lugar na família Stockton.

Mesmo que essa família tenha três filhos, é na esposa do Cord, Sasha, que está o foco na história. Ela é uma mulher que cresceu em uma família de classe média, então fazer parte da família do marido está sendo um desafio. Morando “de favor” na mansão da família, a sogra e as cunhadas a chamam de interesseira. Gostei bastante dela, pois é bem autêntica, sempre arruma um jeitinho de falar para o marido o que está a incomodando e, mesmo suportando muitas coisas, ela vai ganhando seu espaço. Ela vira uma parte importante dentro da família, e aos poucos vai conquistando seu espaço.

“Queria alguém estável, alguém fácil, alguém que a amasse, mas não o bastante para se perder por completo.”

Cord está tão feliz e tão imerso em sua realidade de vida, que não percebe que a esposa não conseguia abertura com as irmãs, nem percebe que morar numa casa antiga e com tudo pré-definido em seus devidos lugares incomoda um pouco ela. Ele é bem querido e apaixonado, mas precisa de um empurrãozinho para ver claramente o que está acontecendo. Ele é o único filho homem, então também tem um papel importante ao gerir os negócios da família.

Darley é a irmã mais velha, casada com Malcolm Kim, filho de imigrantes coreanos. Ele também não vem de família rica, mas tem um bom emprego, que paga muito bem. Isso é muito bom para a família deles, pois ela abriu mão de sua herança para não obrigar Malcolm a assinar um acordo pré-nupcial. Contudo, quando Malcolm perde o emprego, Darley começa a ficar preocupada com a reação da família dela. Eu gostei de Darley até um bom pedaço do livro, contudo as preocupações dela depois, me irritaram, ela estava extremamente preocupada com a família, e parecia que Malcolm por estar desempregado estava perdido para todo sempre. Eles são um casal com uma cumplicidade bem legal, mas achei que isso se perde quando ela se preocupa mais com a reação da família. Conforme ela pensava, eu ia achando as preocupações dele fúteis e sem sentido.

Georgiana, a filha mais nova, é também a mais irritante, típica mimada. Ela se apaixona por uma pessoa mais velha no trabalho e vai ser super influenciada por acontecimentos externos. Até quando ela sofre de amor, eu revirava o olho para as lamentações dela. Ela é a que mais fala de Sasha também, contaminando a cabeça da mãe e da irmã contra a cunhada. Tudo se constrói para uma espécie de transformação dela, mas não me pareceu algo genuíno.

A escrita da autora é super fluída, então Uma Rua no Brooklyn é um livro bem rápido de ler. Sasha vai ganhar a devida importância para cada mulher da família aos poucos. Contudo, são as preocupações dessa família rica que ganham a devida atenção. Como aqui vamos ter personagens com dinheiro, as problemáticas vão ser de pessoas que têm dinheiro. E esse de certa forma pode ter sido o motivo de minha falta de empatia com os personagens. De modo geral, achei interessante acompanhar as crises de uma família rica, pois faço paralelos com a minha realidade.