No mito, Pigmalião era um escultor talentoso que vivia na ilha de Chipre. Ele era conhecido por sua habilidade excepcional em esculpir estátuas. No entanto, Pigmalião se tornou desiludido com as mulheres reais e acabou se apaixonando por uma de suas próprias esculturas, a qual ele chamou de Galateia.

Com seu amor e devoção, Pigmalião orou aos deuses para dar vida à estátua. Sendo assim, a deusa Afrodite, comovida por sua paixão, atendeu a seu desejo e transformou a estátua em uma mulher real. Galateia ganhou vida e se tornou a esposa de Pigmalião.

Na releitura de Madeline Miller, autora de A Canção de Aquiles, olharemos para esse mito com um viés feminista e corajosa, onde Galateia passa a desejar um caminho longe das tentativas de controle do marido ciumento. Madeline Miller traça essa jornada com uma narrativa crua e por vezes chocante.

O mito de Pigmalião e Galateia é frequentemente interpretado como uma história sobre o poder da arte e a capacidade do amor de transformar a realidade. Também levanta questões sobre a relação entre a criatividade e a vida, além de explorar o desejo humano de criar uma figura idealizada de beleza e perfeição. Porém esse pequeno conto faz um contra ponto e demonstra a forma sombria como a independência da mulher é temida pelos homens.

Apesar de curto, Galateia te leva a reflexão, a questionar o que mudou desde então e como a objetificação da mulher vem sendo tratada ao longo dos anos. Um reconto que vai além dos mito, que demonstra de forma muito vívida como a mulher pode ser resumida a um objeto dentro de uma cultura machista.

A edição acompanha ilustrações de Thomke Meyer que dão um tom muito mais lírico a obra, realmente foi um acréscimo muito bom ao conto. Você pode fazer essa leitura através do audiolivro, disponível no Storytell, foi por lá que li.

Avaliação: 4 de 5.

  • Galatea
  • Autor: Madeline Miller
  • Tradução: Fernanda Consenza
  • Ano: 2022
  • Editora: Planeta Minotauro
  • Páginas: 96
  • Amazon

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