Adalyn Reyes jamais imaginaria que um único vacilo no seu trabalho com o time do Miami Flames pudesse levar seu pai a bani-la para uma pequena cidadezinha na Carolina do Norte. Após um rompante de raiva e um ataque ao mascote do time, ela viraliza nas redes sociais e se torna motivo de chacota para seus colegas de trabalho, precisando lidar sozinha com as consequências de sua atitude.
Acostumada à vida de confortos, ao chegar em seu destino ela se depara com uma cabana decrépita, uma cama infestada e um vizinho irritante, que é ninguém mais, ninguém menos que Cameron Caldani, famoso goleiro que se aposentou rapidamente e sumiu sem deixar vestígios. Ela fica intrigada logo no começo, imaginando porque um astro do esporte estaria se escondendo dos holofotes que sempre fizeram parte de sua carreira.
O mais inusitado é o fato de que eles terão que se aturar e liderar uma equipe da liga infantil, detalhe que seu pai fez questão de deixar de fora quando expulsou-a de Miami, e, ainda, driblar o frequente aparecimento de cabras nos treinos, além de atender aos cronogramas de eventos da cidade. Tudo isso, sem brigarem ou, quem sabe, se apaixonarem durante o processo.
Mesmo no início, quando nos confrontávamos, discordávamos e discutíamos, nunca me senti invisível diante dele.
Amor em Jogo é um romance slow burn, que me lembrou muito os livros da Mariana Zapata, famosa no gênero, e que trabalha questões sobre relacionamento familiar, porém sem muito aprofundamento.
Embora eu tenha me divertido, esse está longe de ser meu livro favorito da autora. A falta de camadas na trama para contar a história de Adalyn e Cameron faz o enredo se afastar dos protagonistas e eu, como leitora, não me importei muito com seus dilemas, que são apenas apresentados e pouco desenvolvidos, mesmo na reta final.
Adalyn é uma personagem forte, mesmo com seus “demônios interiores”, daquele tipo que não baixa a cabeça e enfrenta a vida com unhas e dentes. Amei ela, pois não é uma mocinha frágil que precisava ser resgatada, porém acabou encontrando seu príncipe encantado, disposto a qualquer coisa por ela.
Já Cameron tem questões interessantes que o levaram à aposentadoria precoce e gostaria de saber mais como tudo o que ele passou acabou influenciando na sua decisão de deixar a carreira. Ainda assim, o considero um dos melhores personagens masculinos dessa série com livros independentes, pois o “boy” é mesmo de tirar o fôlego, em todos os sentidos.
Os personagens secundários, principalmente as meninas do time infantil se destacam, porém, o livro segue no erro e não aborda ou não insere melhor as garotas no contexto do casal, o que foi uma pena, pois foram as partes que mais me fizeram rir durante a leitura. Destaque para a pequena Maria e sua criatividade para nomear o treinador em todas as cenas, foi super divertido.
Por fim, a meu ver, a autora Elena Armas acabou se prolongando demais na história e correu com o final e com o clímax, mas para quem adora romances lentos e muita interação entre o casal, vai gostar da narrativa. Eu recomendo que comece por esse livro se sua intenção for conhecer a escrita da Elena, mas, se já conhece e quiser acertar em cheio, vá direto para “Um Experimento de Amor em Nova York“.
- The Long Game
- Autor: Elena Armas
- Tradução: Alessandra Esteche
- Ano: 2024
- Editora: Arqueiro
- Páginas: 416
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