Quando Bom dia, Verônica lançou, o mistério por trás do pseudônimo Andrea Killmore logo me ganhou. Eu precisava ler aquele livro. Na época foi divulgado que “quanto menos você souber sobre a autora, menos risco você iria correr”. Tem como não ficar intrigado?
Fora criado toda uma história, intrigante, possível e vendável sobre a autora. Vivendo escondida nas sombras, com um passado conturbado na polícia, o anonimato, o fato de não conceder entrevistar e nem aparecer em público em prol de sua própria segurança… uma história perfeita para convencer o leitor e ainda ganhá-lo. Bingo! Além disso, o fato de a editora noticiar que nem eles sabiam a verdadeira identidade da autora, contribuía que eu desconfiasse e criasse mil teorias na minha cabeça! Dentre elas, após ter terminado a leitura, uma não deixou de me perturbar: eram dois autores.
A impressão surgiu pelo fato de que no livro temos duas perspectivas. Apesar de termos a nossa protagonista, Verônica, que tem sua perspectiva narrada em primeira pessoa, uma segunda perspectiva é apresentada ao leitor, esta feita em terceira pessoa e construída de uma forma bem diferente da primeira. Toda esta confusão na minha cabeça pode ser conferida em minha resenha escrita, que postei no comecinho de 2017 aqui no site e também em minha resenha no canal.
CONFIRA A RESENHA EM VÍDEO DE BOM DIA, VERÔNICA
A surpresa veio quando na primeira semana de setembro tivemos a identidade de Andrea Killmore relevada através do Estadão: o pseudônimo era assinado por Ilana Casoy, criminóloga e especialista em serial killers e já autora da Darkside Books, e Raphael Montes, autor de vários thrillers lançados através da Companhia das Letras e traduzido em vários países. É engraçado que, em uma das minhas falações sobre o livro, mencionei sobre a possibilidade de serem dois autores e ainda finalizei comentando que, com certeza, iria atrás de mais livros que fossem lançados pela autora Andrea Killmore.
Imaginem a minha surpresa ao saber que, mesmo que indiretamente, eu já tinha ido. Já li livros da Ilana e do Raphael Montes, então ao final, estava tudo em casa.
Vou me ater a não comentar mais profundamente sobre a trama de Bom dia, Verônica, mas posso lhes garantir que este é um thriller nacional de qualidade, que hipnotiza o leitor do início ao fim. Aqui teremos Verônica a frente (e por conta própria) de dois casos policiais, que conduzirão o leitor por páginas com cenas desconcertantes, que te farão imaginar o terror que muitas mulheres já passaram num mundo com mentes tão doentias.
Vale ressaltar que esta é uma leitura forte e pode apresentar alguns gatilhos para leitores mais sensíveis. Bom dia, Verônica vai abordar a violência contra a mulher, rapto, desaparecimento, estupro, crimes virtuais, necrofilia entre outros temas bastante pesados.
Acompanhada da revelação sobre os nomes por trás da obra, outras duas notícias ganharam a internet, a história irá virar série de TV na Netflix com previsão de estreia para 2020 e contará com Tainá Müller como Verônica, Camila Morgado como Janete e Eduardo Moscovis como Brandão. Além disso, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a dupla revelou que estão trabalhando em duas sequencias para o thriller, Boa tarde, Verônica e Boa noite, Verônica, ambos ainda sem data de estreia. Ansiosos?
Recomendo muito que leiam ou vejam as resenhas que fiz, ali falo mais profundamente sobre minha leitura e como ela me impactou em diversos momentos, inclusive pontuo algumas ressalvas que fiz na época. Por fim, é muito legal saber que um livro que você leu antes de toda a verdade ser revelada apresente exatamente as mesmas características que você espera de dois autores já conhecidos. Meio que tudo fez sentido, sabe? Ilana Casoy e Raphael Montes finalmente saíram da caixa, revelaram sua história para o mundo e se você ainda não havia se convencido em ler Bom dia, Verônica, agora você tem mais do que um bom motivo, tem dois.
- Bom dia, Verônica
- Autor: Ilana Casoy e Raphael Montes
- Ano: 2019
- Editora: Darkside Books
- Páginas: 256
- Amazon