terra, e essa foi a melhor coisa que me aconteceu!
Confesso que pensei, e pensei, e pensei muito para escrever essa resenha. O arquivo original deste texto possuí quatro páginas de comentários raivosos, decepcionados, tristes, alegres e alucinados. Mas após reler tudo o que havia escrito, decidi tomar um rumo diferente, decidi ser honesta e sincera, e mais do que isso, decidi focar nos elementos que ficaram girando e girando em minha mente após sair da sala do cinema.
O filme, de maneira geral, não é nada mais do que nos foi apresentado ao longo dos trailers lançados. Sua história não vai muito além do que nos foi prometido, o problema surgiu por dois motivos simples. O primeiro está relacionado as promessas estabelecidas com os trailers, devido a roupagem, a edição, a aura desses vídeos, nossa impressão foi a de que esse seria mesmo um filme memorável. E isso nos leva ao segundo problema, que até certo ponto foi culpa nossa, dos próprios espectadores. Ao esperarmos muito, acabamos nos decepcionando facilmente. E isso se deve tanto a nossa cegueira em esperar muito do filme, quanto as promessas dos produtores de que ele realmente seria maravilhoso. A história de Esquadrão Suicida é extremamente simples, livre de qualquer complexidade e digo mais, não é nada do que você já não tenha visto antes, e aqui me atenho apenas ao filme, não pretendo misturar as HQs nessa história.O filme começa errado pela censura, 12 anos, really? E o roteiro começa errado quando passa a ser impossível desgostar de qualquer um desses vilões e não imagina-los como os “bad guys”. Depois temos um recrutamento para lá de confuso, como um cara com um bumerangue e uma louca com uma bastão de baisebol. Como estes poderiam ser capazes de combater qualquer criatura mágica? Enfim, mas a gente releva, afinal, Batman está ai para provar ser capaz de derrotar o próprio Superman em pessoa, ou extraterrestre, rs.
Assim como em Guardiões da Galáxia (desculpem pela comparação, mas ela possui alguns motivos) nós teremos um grupo de vilões que serão reunidos para salvar a humanidade, ou uma cidade, ou um conceito, ou um projeto do governo, e tentarão nos convencer de que devemos amar e gostar desses personagens. O filme então, nada mais é do que a reunião desse grupo de vilões, uma tentativa de nos mostrar suas histórias e sua jornada, sua missão para salvar uma cidade em apuros.
Há pouca distribuição de tempo de tela entre os personagens. Literalmente um estava lá apenas para morrer. Os protagonistas são Arlequina e Deadshot, aceitem, e Jared Leto acaba ganhando mais atenção por ser o Coringa, claro. Ao final há uma estranha conexão entre os personagens, que mal se conheciam e já despertaram uma necessidade de amor e sacrifício assim, da noite para o dia.
Mas o filme não é um desapontamento total, ao contrário do que se fez acreditar. Aqui observamos Margot Robbie tirar de letra no papel de Arlequina. O que essa mulher fez nesse filme foi maravilhoso, foi lindo, foi perfeito. Margot é a Arlequina e a Arlequina é a Margot. Cada movimento da atriz, cada frase, cada sacada dela foi incrível. Ela é insana, é adorável, é engraçada, é uma graça de se ver e rouba a cena de seus coleguinhas com toda a certeza. Ao nível de Margot chega apenas Jared Leto com seu Coringa acertadíssimo. Jared impressiona, assusta, encarna o Coringa como se fosse o papel mais simples de toda a sua vida, e ao contrário do que tentaram me vender, ele aparece em uma quantidade razoável de cenas. O Coringa e a Arlequina roubam a cena, seguem o roteiro, mostram que se o filme tivesse seguido seu curso original, nada seria páreo para ele.
Quanto ao Coringa, não há como termos uma concreta opinião quanto ao personagem interpretado por Jared Leto. Ele aparece pouco, ele rouba a cena? Sim! Mas não tem tempo de tela o suficiente para passar toda a peculiaridades do personagem. Ele está lá, unicamente e exclusivamente, para o arco da Arlequina, e só. Qualquer tipo de comparação com outros Coringa’s não só são desnecessários como incabíveis aqui.
Agora, com relação as cenas excluídas, a toda história que ainda se desenrola com relação a edição final do filme e ao fato de que o Coringa deveria aparecer mais … O filme é Esquadrão Suicida meus caros, e não Coringa. Assim sendo, não faria sentido possuirmos um filme voltado para o senhor sorriso, não faria sentido agir como se Leto fosse o foco principal pois ele não é. É verdade que a edição se tornou uma colcha de retalhos maquiada e perfumada, moldada para reduzir a classificação indicativa. Os flashbacks poderiam ser melhor planejados, as apresentações foram desnecessárias e os personagens melhor explorados, mas a culpa não está apenas da falta de Coringa no filme.
Bem, eu poderia ficar horas debatendo sobre o filme, apontando os diversos erros, mas por fim quero finalizar minha opinião falando sobre os pontos verdadeiramente relevantes e que me fizeram feliz. Há muitas referências, principalmente envolvendo os quadrinhos. Como esta cena maravilhosa que retrata a arte de Alex Ross em Batman: Harley Quinn. Algumas atuações, cairam como uma luva para alguns atores, que mesmo com pouco enfoque, fazem jus aos personagens.
Esquadrão Suicida possuí erros e acertos, falhas e pontos que o tornam um filme bacana. Ele é sim digno de sua atenção. A nota que escolhi para esse filme não foi baseada apenas nos erros, nos pontos negativos do filme pois ao contrário do que se tenta vender, ele não é um filme ruim. Minha nota foi somada, foi analisada segundo o que me foi mostrado, segundo o que tinha em mãos, e de acordo com os pontos positivos, que foram claramente esquecidos por muitos espectadores. É verdade que não sai do cinema feliz da vida, mas também não sai de lá contrariada ou decepcionada, pois apesar de muitas promessas não terem sido cumpridas, uma parte da decepção de várias pessoas surgiu devido as expectativas sem medidas para um filme que poderia ser mais do que é. Entre os erros e acertos, decidi ficar com os acertos, com meu Coringa maravilhoso e minha Arlequina que rouba a cena, com músicas bacanas, efeitos bem inseridos ao longo das cenas, filtros maravilhosos nos flashbacks e a promessa de um dia melhor.
De maneira geral, o filme peca em diversas momentos, mas não deixa de ser um bom filme para entretenimento. O grande problema é que o enredo e até certas piadas que foram inclusas no roteiro final, parecem desconexas, o que acaba passando algo forçado para o telespectador. Numa versão final onde metade das cenas contidas nos trailers são cortadas da versão final, o filme deixa a desejar. Para mim é propaganda enganosa, eles venderam uma coisa e entregaram outra. Esquadrão Suicida erra muito e morre pela edição forçada e pelos cortes nada cirúrgicos, tudo numa tentativa de agradar o público errado.
Para aos que ainda estão meio confusos sobre, onde o filme se enquadra no universo DC. Esquadrão Suicida começa logo após os acontecimentos do último filme lançado pela DC, Batman VS Superman – A Origem da Justiça, e termina com uma dica essencial para o entendimento dos próximos filmes do estúdio.
- Suicide Squad
- Lançamento: 2016
- Com: Will Smith; Margot Robbie; Viola Davis; Jared Leto
- Gênero: Ação; Comédia; Aventura
- Direção: David Ayer