Seja psicológico, gore, survivor, thriller, trash, cósmico ou daqueles que te fazem dar um grito estridente e pular da cadeira, o terror é um dos gêneros mais explorados no meio literário, cinematográfico e dos games. Aqui mais uma vez os gamers saem ganhando na corrida da plataforma que semeia mais tensão e assombro aos seus usuários, devido ao seu alto poder de imersão. Você pode amá-los, odiá-los e até temê-los, mas certamente você já se aventurou de alguma forma no lado mais sombrio, mesmo que você não seja um dos mais corajosos. E não existe época mais perfeita para jogar o bom e velho terror do que no mês das bruxas.
Voltando no tempo para os primórdios dos games de horror, foi em 1972 quando o Odyssey – da Magnavox, criado por Ralph Bauer, sendo o primeiro videogame doméstico de todos – recebeu o jogo Haunted House. Em sua simplicidade, incitava o jogador a encontrar um fantasma sem tocá-lo. Dificilmente alguém sentiria medo hoje, mas quando lançado foi pioneiro de um gênero que deixaria muita gente sem dormir. Então, vieram os computadores e com eles mais uma forma de diversão assustadora com os jogos em texto, ou “text-based” no inglês, que poderiam ser descritos como livros interativos ou RPGs de horror. Nesse tipo de aventura você pode imaginar a ausência de gráficos afinal, o jogador escrevia para onde gostaria de ir e então lia o que acontecia.
Mas, apenas nos anos 90 o terror foi consolidado de forma definitiva nos games. Quando apesar de gráficos ainda rudimentares, para os padrões atuais, a novidade ganhou o mercado dando origem a verdadeiros clássicos do gênero. Nascia ali o “survivor horror”, ou horror de sobrevivência, com Resident Evil da desenvolvedora de jogos japonesa Capcom. Um cenário de gelar a espinha e um jogador solitário, armado e com a necessidade de alta capacidade de improviso precisava se manter vivo e saudável, além de desvendar mistérios de “rachar a cuca”, colher itens essenciais enquanto explorava os recônditos de uma mansão largada no meio de uma floresta e infestada por sussurros e gemidos de zumbis e outras criaturas tiradas de um pesadelo asqueroso. Foi o jogo que me fez aventurar no gênero, mas não se engane pela qualidade do gráfico pixelado e eventuais bugs do sistema, Resident Evil com sua câmera fixa em pontos estratégicos fazia o jogador suar frio e crer que a cada nova virada de corredor um zumbi ou algo pior iria saltar à sua frente e abocanhar sua jugular.
Um dos melhores jogos de terror de todos os tempos que não só apresentava uma atmosfera constante de tensão crescente, mas também a carnificina das bocas sedentas de seres infectados pelo vírus T. O jogo imediatamente fez sucesso estrondoso e logo virou uma série que, apesar de alguns dos Resident Evil terem saído da atmosfera do horror, ainda é uma ótima opção para os aficionados do gênero. Os jogos também foram adaptados para o cinema com uma forte pegada de ação, mas, segundo rumores, veremos novos filmes e talvez até uma série em streaming do pai de todos os jogos de zumbis. Você pode jogá-los no PC, Xbox ou PlayStation dependendo das versões.
Outro jogo igualmente tenso de arrancar os cabelos e também lançado nos anos 90, foi Silent Hill, do estúdio japonês Konami, que até hoje me assombra devido sua atmosfera extremamente aterrorizante onde o céu se encontra eternamente em um estado de neblina e chuva de cinzas. Como se o visual de dar calafrios não fosse o suficiente, onde o jogador mal enxerga um palmo à frente dos olhos, a história do jogo é perfeitamente tenebrosa e cercada de mistérios, quebra-cabeças e misticismo. Basicamente, um homem entra em uma cidade atrás da filha e por lá encontra as mais terríveis e inimagináveis criaturas. O jogo também fez muito sucesso e logo virou uma franquia, mas poucos remetem ao horror presente no original e quanto às adaptações… É bem melhor você priorizar os jogos. Pode ter certeza que você irá pular da cadeira devido aos sustos e se você gosta de Stranger Things, vai se sentir em casa com essa atmosfera que muito bem poderia se passar no Mundo Invertido. Ainda não existe nenhum remake para console do primeiro Silent Hill, mas você pode jogá-lo no PC e eu te desafio a fazê-lo no escuro e com fones de ouvido.
Existe mais uma tonelada de jogos no mercado que farão você roer as unhas, um deles é Amnesia: The Dark Descent, desenvolvido pelo estúdio independente sueco Frictional Games, que fez a proeza de resgatar a essência do “survivor horror”. Aqui o jogador controla Daniel, um sujeito desarmado explorando um escuro castelo, evitando monstros e alguns obstáculos, além de resolver enigmas, e, aos poucos, recuperar sua memória perdida. Amnesia foi o jogo que difundiu a jogabilidade mais aterrorizante dos games de horror: a falta de armas para se defender. Aposto que você até tremeu agora, certo? Você pode desvendar os mistérios no PC, PS 4, e no Xbox One.
Para os amantes de Stephen King, um dos jogos que mais me conquistou foi Alan Wake que, desenvolvido pela Remedy Entertainment, apresenta um terror psicológico com uma trama fantástica, bem escrita e organizada, mantendo do início ao fim o clima constante de suspense que o deixará extremamente tenso. A história nos traz Alan, escritor de bestsellers de terror que viaja para uma cidadezinha do interior, Bright Falls, com sua esposa no intuito de ter inspirações para seu novo livro. Contudo, não há final feliz em um game de terror e logo Alan se vê envolto em uma série de eventos bizarros enquanto tenta encontrar sua mulher que desapareceu e, ao mesmo tempo, escapar de criaturas desconhecidas feitas de sombras que o perseguem na atmosfera mais macabra desde Silent Hill. Você poderá jogá-lo no Xbox 360 ou PC.
Mas, se você prefere os games mobile, não se desespere. Dark Meadow: The Pact, desenvolvido pela Phosphor Games Studio, é o jogo certo para você. Sua história traz um conto de fadas, que é muito mais uma história de terror. Nele, você acordará em um hospital decrépito sem saber como chegou lá e será avisado – através da voz masculina e arrepiante de um desconhecido – que há uma bruxa que deve ser eliminada para que você seja livre, mas não antes de eliminar diversas criaturas das trevas que parecem ter saído do seu pior pesadelo. A experiência do terror fica ainda maior porque a interface do game é em primeira pessoa, o que faz o usuário se sentir ainda mais imerso na história.
Ainda existe muito jogo bom para congelar o esqueleto. Por isso deixo, logo abaixo, alguns trailers de títulos super recomendados para vocês tirarem suas próprias impressões; jogos que eu adorei [morri de medo de] jogar e mais alguns que estou bastante ansiosa para conferir se são tão assombrosos assim. Dentre eles, uma ode ao mestre do horror H. P. Lovecraft e seu monstro mais famoso: Chtulhu. Espero que o Halloween de vocês seja fantasmagórico e cheio de doces, mas cuidado quando for dormir… É sempre bom olhar por criaturas dentro do armário ou embaixo da cama.
CALL OF CTHULHU
E aí? Já jogou algum desses games? Tem mais alguma dica para contribuir com a lista? Conta aí nos comentários!