Match Perfeito – Lauren Forsythe

18 set, 2023 Por Alessandra Paccola

Aly sempre foi muito boa em resolver o problema dos outros. Seja no trabalho ou na vida amorosa, ela tem um verdadeiro talento para pensar “fora da caixinha”. Mas, quando o assunto é sua vida pessoal, são outros quinhentos, já que ela está empacada na carreira, esperando eternamente a tão sonhada promoção e, de quebra, o namorado perfeito.

Entretanto, como diz o ditado, “se a vida te der limões, faça uma limonada”, Aly e os amigos criam a Match Perfeito, uma empresa dedicada a ajudar mulheres com seus parceiros fora do rumo. Tudo parece ir bem, até que uma cliente famosa resolve lhe pagar para dar um jeito no namorado empresário. O problema é que Dylan é um ex-amigo por quem Aly nutria uma paixão na adolescência.

Acreditava que podíamos fazer o bem e nos divertir dando um jeito em relacionamentos alheios, libertar as mulheres da abnegação e fazê-las investir a energia em si próprias.

Essa foi uma leitura que acabou me decepcionando, embora tenha começado super bem.

Na trama, Aly acabou sendo bastante irritante com sua falta de bom senso quando o problema era algo estritamente pessoal. Ainda que eu tenha gostado do desenvolvimento da sua relação com a mãe, que era incapaz de enxergar uma convivência tóxica com o pai, eu fiquei decepcionada com sua decisão de ficar com Dylan que, para mim, é um boy lixo dos piores.

A autora Lauren Forsythe explorou pouco o envolvimento do casal no passado, apenas pincelando uma amizade que poderia ter sido incrível para a narrativa, mas que perde força com o contexto em que foi colocada, deixando a sensação de que o leitor perdeu algumas páginas durante o enredo.

A criação da Match Perfeito é um ponto de reflexão interessante na história, mostrando que muitas vezes os relacionamentos carecem de um bom diálogo ou uma mudança de perspectiva para que o outro entenda a dificuldade do parceiro.

Porém, fora isso, o livro vai ladeira abaixo, principalmente quando o mocinho alega que ficou com a outra apenas para mostrar a Aly que se importava com a missão dela naquele trabalho da empresa de relacionamentos. Foi meu momento de revirar os olhos e quase jogar o livro pela janela, porque, sério? Quem diz isso?

Dylan é um verdadeiro “banana” e eu não consigo acreditar que uma protagonista com tanta inteligência tenha terminado caindo na conversa dele ou, muito pior, se dizendo apaixonada por uma pessoa que ela não pensava há anos, em poucos capítulos e com um total de zero interações que mostrassem um interesse genuíno de resgatar o que tinham no passado. Não colou e ficou sem nexo.

Infelizmente não funcionou para mim, mas quem sabe acabe agradando outros leitores. Eu esperava uma romance fofinho de “enemies to lovers“, mas terminei com decepção nas mãos.