A Mecânica do Amor – Alexene Farol Follmuth

Bel é uma garota que não faz ideia do que gostaria de fazer na faculdade, sempre se esquivando de sua família quando o assunto eram as inscrições para as faculdades. Ao se mudar para um novo colégio por vontade de sua mãe, que passou por um divórcio um pouco conturbado, sua habilidade de construir coisas é notada por uma professora que a encaminha a uma aula de robótica.

– O mundo não é muito justo com garotas inteligentes – … Na maioria das vezes, ele vai tentar forçar você a caber numa caixinha.

Teo, por outro lado, já traçou seu futuro à risca, sendo um dos alunos mais notáveis e influentes do colégio. Entretanto, seu ego se inflama quando percebe que Bel é uma ótima adição para o campeonato de robótica, mas será difícil se entender com ela sem muitas brigas. Ainda mais quando seu coração pode não sair intacto.

Infelizmente esse romance jovem não caiu no meu gosto. Embora o casal seja uma gracinha, ao estilo haters to lovers, a trama é extremamente demorada em aspectos técnicos da robótica, com cenas que variam da explicação sobre a utilidade de um pistão às infinitas possibilidades de materiais ideais para se construir um robô funcional, que, ao invés de me deixarem intrigada, fizeram com que a leitura se tornasse maçante, lenta e sem aquele brilho de romance que eu pensei que encontraria.

Teo também foi bem difícil de engolir, um carinha que tinha tudo para ser gente boa, mas que pecou na grosseria e arrogância com as garotas em geral. Aliás, muitos personagens são bastante secos, sem carisma, esquecíveis. Não foi nada demasiado extremo, porém eu revirei os olhos muitas vezes só querendo que a história terminasse ou caminhasse para alguma coisa que me deixasse empolgada.

Entretanto, não posso deixar de comentar que acredito que eu não era o público alvo desse enredo, mas, mesmo assim, já li outros livros jovens que adorei, então realmente percebi que os elementos em conjunto dessa história é que não conseguiram me prender ou me animarem com a sequência de cenas. Também senti que as amizades não eram verdadeiras, faltava aquele elo fundamental de parceria, que se mostrou ter sido construído apenas em achismos e segredos, pois a maioria das pessoas não era o que parecia ou escondiam seus desejos, inclusive de quem era próximo.

A parte mais interessante é o campeonato que o casal e seus amigos participam, algo pouco explorado nos livros, ainda mais nesse gênero. Ver as cenas de batalha entre os robôs deu um refresco na narrativa que eu não esperava, pena que durou tão pouquinho, mas os momentos que antecedem esse acontecimento de fato foram bem cansativos de acompanhar.

Tem seu lado positivo, claro, e pode ser que vire o queridinho de muitos leitores. Vale se arriscar e ver no que vai dar, se a sinopse te intrigar.