Diana Foster e Cole Harrison se conhecem ainda na adolescência. Diana uma jovem doce e gentil, com um coração generoso, sempre pensando em todos a sua volta, se preocupando com o bem estar de todos. Filha de um produtor de petróleo, são apenas eles dois desde a morte da mãe – status este que está prestes a mudar, já que seu pai se casou e a madrasta tem uma filha quase da sua idade.

Cole é cheio de sonhos, determinado em mudar de vida. E para conseguir realizar suas metas, faz faculdade e se sustenta trabalhando como cavalariço em uma fazenda vizinha a de Diana, na casa de uma família amiga. A aproximação entre eles é fofa, inicialmente como um estender de mãos de ambos, tentando um ajudar o outro naquilo que ele mais precisa. Um laço realmente muito bonito, uma amizade que parece estar cada vez mais firme e se estreitando. Só que infelizmente algo ruim acontece e eles se separam.

A narrativa se desdobra em um pulo temporal, transportando-nos da adolescência de Diana e dos dias humildes de Cole como o cavalariço até o presente, onde ambos se tornaram figuras de sucesso em seus respectivos “mundos”. Dez anos se passaram, muita coisa mudou. Diana se tornou uma mulher poderosa, editora da revista familiar VIVER BEM. Sua reputação é intocável, sempre tendo tudo sob controle, muito bem-organizado e longe de holofotes que adorariam noticiar coisas ruins a seu respeito.

Cole por outro lado, se tornou um magnata poderoso, um homem implacável em seus negócios, ele batalhou muito para chegar aonde chegou e não está disposto a deixar nada nem ninguém ameaçar sua posição. Duas situações diferentes, complicadas, mas que podem ser resolvidas da mesma forma. Diana precisa se livrar do primeiro escândalo que recaiu sobre seu nome, e Cole precisa garantir que não irá perder uma fortuna, uma união, um acordo de negócios, um casamento com prazo de validade. Quem dera as coisas fossem práticas assim!

“— Há momentos na vida em que nossos instintos nos dizem para fazer determinada coisa, algo que desafia a lógica, perturba nossos planos e pode parecer loucura às outras pessoas. Quando isso acontece, a gente faz, ignorando a lógica, as probabilidades e as complicações.”

Caros leitores! Tenho me tornado uma leitora muito chata, crica – risos. Este é o primeiro livro da autora Judith McNaught que eu não gostei. Judith é o tipo de autora que tem uma narrativa muito potente, intensa, que tende a mergulhar nas emoções, trazer conflitos, dualidade, romances complexos, dramalhões de arrepiar e dar nó na garganta, e aqui isso não acontece. Falta tudo, falta desenvolver os personagens, o romance fica em terceiro, quarto plano, não existe construção do relacionamento, tem cenas soltas e desnecessárias, passagens que sobram, detalhes que em nada acrescentam, o que torna a leitura chata, cansativa. O começo do livro que até parecia promissor, se perde e infelizmente não convence, não se sustenta, e começa a amornar, até que termina frio. Irei explicar.

Dez anos se passam sem que eles tenham contato, como pessoas públicas, eles tiveram vislumbres um do outro ao longo dos anos, mas jamais tiveram um contato cara a cara, e quando isso acontece, não teve emoção nenhuma. Eu esperava por uma conversa cheia de nostalgia, saudade, ou até que tivesse uma briga, um confronto, mas nada… Outro ponto, foi a maneira abrupta como tudo se desenrola, a proposta, o aceite, o convívio, são tantas coisas ao mesmo tempo que nada é aprofundado e vamos perdendo a identificação, nos distanciando do que está acontecendo.

Diana se torna uma personagem oposta a que conhecemos no início da leitura, neste segundo momento nos deparamos com uma mulher fria, distante, que só pensa no trabalho, eu até entendo que ela esteja usando a máscara da perfeição para esconder suas próprias frustrações, cicatrizes e segredos, mas faltou até esse tato de ela conseguir ser mais solta na presença do Cole. E Cole, bem… ele é o homem típico de quando estamos falando de CEO, lindo demais para seu próprio bem, arrogante, cheio de si, confiante ao extremo, também focado demais no que ele conquistou. A verdade é que os protagonistas nos atraem na mesma medida que nos repelem. E a amizade que era linda, se transforma em um romance sem graça.

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Como eu já mencionei, como uma grande fã da autora, já tendo lido diversos livros dela, este me decepcionou, mas isso não quer dizer que eu não o indique, muito pelo contrário, eu recomendo a leitura. Até porque sua experiencia pode ser completamente diferente da minha. E como é a Judith, mesmo não sendo sua melhor narrativa, o livro ainda trás um mundo de intrigas, paixões, luto, esperança, família, amizade e claro amor.

Outro ponto que acho importante trazer aqui, é que o livro LEMBRANÇAS DE NÓS DOIS, foi publicado originalmente em 1996, então, sim, temos uma fala ou outra problemática. Nada que chegue a atrapalhar a leitura, só que também não passa despercebido.

Avaliação: 3 de 5.

  • Remember When
  • Autor: Judith McNaught
  • Tradução: Vera Martins
  • Ano: 2023
  • Editora: Bertrand Brasil
  • Páginas: 378
  • Amazon

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