O Garoto dos meus Sonhos se mostrou totalmente diferente daquilo pelo qual eu estava esperando. Alice está enfrentando outro processo de mudança em sua vida, o primeiro grande impacto foi quando sua mãe abandonou sua família e partiu atrás de satisfação profissional. E a segunda é se mudar para a casa que avó materna deixou de herança. Uma jovem estudiosa, sonhadora, mas carente. E por mais que se faça de forte e que mantenham um bom relacionamento com seu pai, o fato de ter sido abandonada por sua mãe deixou algumas cicatrizes.
Eu o inventei. Pelo menos é isso que sempre disse a mim mesma. A mistura de todas as adorações da infância combinadas em um cara perfeito. O problema é que eu estava errada.
Seu maior refúgio é Max, o garoto dos seus sonhos, o ser que está sempre presente, que a apoia, compreende, cuida, que jamais a machucaria ou deixaria, aquela pessoa que se tornou seu porto seguro e mesmo que ele surja apenas durante a noite, em meio a seus sonhos, sua presença é palpável, quase que real, algo que ela almeja na vida. Ainda que possa parecer insano, uma parte de seu coração sabe que ela precisa encontrar alguém real, mas ninguém seria bom o suficiente quanto Max. E quando ela se depara com um jovem idêntico a ele em sua nova escola, Alice tem certeza que não pode ser apenas uma coincidência.
Eu gostei da escrita da autora, do modo como ela nos deixa em suspense, buscando por respostas, tentando compreender se o que está acontecendo é real ou apenas um sonho. Conforme os capítulos passavam mais curiosa me tornava sobre o porquê dos sonhos rotineiros, sobre como aqueles dois jovens tiveram suas vidas conectadas ainda que jamais tivessem se conhecido. E foi exatamente neste ponto que me frustrei.
(…) Estou começando a perceber que talvez eu nunca o tenha conhecido. Não por completo de qualquer forma. E que sonhos e realidade estão longe de ser a mesma coisa.
É importante frisar que o livro é fofo, viciante e que nos prende mais a cada capítulo, mas pra mim não foi o suficiente. A autora tinha um tema maravilhoso em mãos, algo ousado, diferente, que poderia ter sido mais bem explorado, mas ela optou por manter a história rasa, o mistério todo fica para o final e então você pensa… é isso? Mas não serei apenas carrasca, preciso dizer que amei o relacionamento entre pai e filha, e a maneira como a autora abordou uma das consequências da perda em uma idade tão pequena, outro ponto que chamou minha atenção foram às amizades, os personagens secundários que trouxeram leveza e diversão para a história.
- Dreamology
- Autor: Lucy Keating
- Tradução: Luisa Geisler
- Ano: 2016
- Editora: Globo Alt
- Páginas: 264
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